São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 2006

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Fábrica da Citroën abriga coleção de carros antigos

Além de esportivos e econômicos que fizeram história, conservatório tem protótipos e conceitos

BRUNA MARTINS FONTES
ENVIADA ESPECIAL A PARIS

Em sua fábrica em Aulnay-sous-Bois, perto de Paris, a Citroën guarda um segredo: seu Conservatoire, um galpão de 5.000 m2 que abriga carros que há tempos não saem mais de sua linha de produção. Essa coleção de 300 veículos, miniaturas, pôsteres e outros objetos antigos atualmente só recebe visitas de convidados da marca.
É um passeio que começa com o primeiro carro produzido pela Citroën, em 1919 -o Type A-, passa pelos pequenos 2 CV que cativaram os europeus por 40 anos e termina nos carros-conceito apresentados em salões, embriões dos que hoje estão nas ruas, como o C3, o C6 e a Xsara Picasso.
No princípio, era o sonho de que todos tivessem um carro. Capitaneada pelo jovem parisiense André Citroën, a marca começou a vender o Type A, o primeiro produzido em massa, com preços acessíveis.
O engenheiro logo quis colocar suas inovações tecnológicas à prova. E a primeira delas foi se aventurar fora do solo francês com o B2, que sucedeu o Type A com motor mais poderoso e carcaça mais robusta e se tornou o primeiro veículo a atravessar o deserto do Saara, em 1923. Os visitantes também podem checar de perto a mecânica de campeões de outros ralis, como o Paris-Dacar.
Outras memoráveis engenhocas da Citroën também estão lá, como o Traction Avant, o primeiro a ser conduzido pelas rodas dianteiras, e o DS e sua suspensão hidropneumática com corretor de altura.

Linhagem de 2 CV
No galpão, há bastante espaço para o maior sucesso de vendas da marca, o pequeno 2 CV. A idéia era fazer um "guarda-chuva com quatro rodas", um compacto barato e resistente "para levar quatro pessoas e 50 quilos de batatas".
Os primeiros protótipos, recuperados recentemente, foram um tanto corroídos pela ação do tempo, mas suas silhuetas já antecipavam os contornos do 2 CV que estrearia em 1948, com 3,8 milhões de unidades vendidas até parar de ser feito, em 1990. Não sem protestos: o Conservatoire abriga um 2 CV que viajou do Leste Europeu à França com a carroceria cheia de assinaturas contra o fim da produção.


A jornalista viajou a convite da PSA Peugeot Citroën


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