São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2008

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Batendo perna

Bazar "fora do padrão"

Filipe Redondo/Folha Imagem
Arara da Zoomp com restos de coleções no bazar que acontece na Vila Guilherme até 10 de setembro

DÉBORA MISMETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A confusão em torno da padronização dos tamanhos de roupas no Brasil se converteu em vantagem temporária para o consumidor: até o dia 10 de setembro, dá para comprar peças de 20 marcas com até 80% de desconto, em um bazar organizado pela Abravest (Associação Brasileira do Vestuário).
Segundo o presidente da entidade, Roberto Chadad, o motivo do bazar seria a necessidade de vender toda a produção em desacordo com uma norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), antes de suposta fiscalização do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).
Acontece que a adoção da norma NBR 13.377, criada em 1995, não é obrigatória. A possibilidade de fiscalização e multa para quem não seguir o padrão também não está prevista, segundo a ABNT, porque o texto especifica medidas de corpo, não de peças. Por exemplo: uma calça feminina número 36 seria equivalente a uma pessoa com 60 cm de cintura. A peça em si não precisa ter essa mesma medida de circunferência na região do passador de cinto, porque existem tecidos "stretch", que cedem mais. Há também diferentes modelos de calça, com cintura alta ou baixa, que requerem medidas diferentes. "Por isso é difícil falar em fiscalização", diz Maria Adelina Pereira, gestora do comitê brasileiro de normalização têxtil e vestuário da ABNT. Maria Adelina explica que a única coisa que o Inmetro pode fiscalizar é se as etiquetas trazem a numeração. O Inmetro confirma: não há previsão para fiscalizar medida de roupa. "Não há documento tornando a regra compulsória", diz Adelgicio Leite, da divisão de fiscalização do Inmetro.

Restos de estoque
As confecções não são obrigadas a queimar estoques que não cumprem o padrão da ABNT. O presidente da Abravest esclarece que 90% das peças liquidadas no bazar são, na verdade, pontas de estoque, ou seja, restos de coleção. Chadad diz que a Abravest só está aderindo agora, voluntariamente, à regulamentação, porque esperou que a ABNT soltasse sugestões de normas para medidas de meias, o que aconteceu no ano passado.
O interesse da Abravest é tornar a regulamentação obrigatória e pedir que o Inmetro fiscalize produtos importados, especialmente da China, para proteger a indústria nacional da concorrência. "Os importados tomam conta e o governo não dá bola", diz Chadad.

Preços baixos
Enquanto as entidades debatem, o consumidor pode aproveitar os preços do bazar. Por lá, camisas da Zoomp custam R$ 39 e as calças, R$ 79. A camisa da Colombo sai por R$ 19,90.
Camiseta infantil com o personagem da Cartoon Network Johnny Bravo custa R$ 14. O bazar tem estacionamento gratuito com 6.000 vagas.


ONDE ENCONTRAR
II Mart Center Fashion av. Chico Pontes, 1.500, Vila Guilherme, São Paulo. Seg. a sáb.: 10h às 19h



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