São Paulo, sábado, 03 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dois em um

Comendo e comprando

Restaurantes com lojas integradas são tentação dobrada

Julia Moraes/Folha Imagem
A entrada do restaurante vegetariano Lá Na Quitanda, que surgiu apenas para "ornar" com a vendinha

HELOISA MEDEIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Comer fora, esporte preferido de paulistanos, pode ser estágio para outro vício: comprar. Não faltam na cidade restaurantes com lojas acopladas.
Por exemplo o Azaït, nos Jardins, com seu cardápio mediterrâneo, que vende ali mesmo mais de 70 variedades de azeite de oliva, entre eles o italiano Sgoccialatto, que custa R$ 280 o litro. O dono, Isaac Azar, é o único assaggiatore (especialista em azeites) brasileiro.
Bem mais popular, o vegetariano Lá na Quitanda começou em um imóvel abandonado na Vila Madalena, onde Paulo Kawall Vasconcellos montou primeiro uma quitanda. Descobriu um espaço por trás de uma parede e resolveu abrir o restaurante, mais para "ornar" com a vendinha do que por ideologia culinária.
Como o consumidor precisa subir uma escada, bem no meio da quitanda, para chegar ao bufê de comida "natureba", acaba comprando alguma coisa, seja um hortigranjeiro, um pão integral ou uma garrafa do mel de Jataí a R$ 20.
O Tambiú, em Perdizes, especializado em peixes de água doce, nasceu depois da loja de Amélia Guimarães, a Fuxico. O local é chamado agora de Espaço Tambiú Gastronomia e Decoração. Para ter acesso ao restaurante é preciso passar pela loja, e fica difícil resistir a objetos como o vaso vermelho de vidro reciclado, por R$ 68.
A Mercearia do Conde, no Jardim Paulistano, também foi primeiro um armazém. Depois, incorporou um café ao espaço, que oferecia também sanduíches e guloseimas preparadas pela mãe de Flávia Mariotto, proprietária, junto com Madalena Stasi. Não demorou muito, vieram as saladas. Depois, as tortas. Até que, em suas viagens pelo mundo, Flávia e Madalena começaram a pesquisar culinárias de vários países e decidiram montar um cardápio mais sofisticado.
Objetos de arte e artesanato estão distribuídos pelo restaurante. São espelhos, sacolas, esculturas etc. Chamam atenção as peças que pendem do teto: garotos em bicicletas, fadinhas e outras figuras criadas pela artista Juliana Bollini.
O Govinda, considerado um dos melhores restaurantes indianos de São Paulo, tem aquele ambiente misterioso de bazar oriental. Instalado num galpão com pé direito alto, no Brooklin, mistura na decoração objetos indianos à venda, antiguidades e os deliciosos aromas da sua culinária.
Num forno cilíndrico de barro, o tandoor, é feito o pão naan, tentação que atiça a gula. Mas outro pecado mora ao lado, na loja anexa, onde há a ponta de estoque de roupas indianas a preços bem convidativos.
O Chakras é uma mescla de bar, restaurante, lounge, loja e centro cultural, com 700 m2. Como viajam muito, Miguel e Fabiana Reis, os proprietários, sempre garimpam objetos para a loja. São luminárias (uma de mosaicos, em forma de Buda, custa R$ 720), bijoux, louças, almofadas, roupas e velas, trazidas principalmente da Índia, da Tailândia e do Marrocos.


onde encontrar
AZÄIT
r. Peixoto Gomide, 1.532,
tel. (11) 3063-5799, São Paulo

CHAKRAS
r. Melo Alves, 294,
tel. (11) 3062-8813, São Paulo

LÁ NA QUINTANDA
r. Rodésia, 128, tel. (11) 3097-0410,
São Paulo

ESPAÇO TAMBIÚ
r. Diana, 381, tel. (11) 3872-8191,
São Paulo

GOVINDA
r. Princesa Isabel, 379,
tel. (11) 5092-4816, São Paulo

MACHRY ARMAZÉM E BISTRÔ
r. Dr. Armando Barbedo, 257,
tel. (51) 3024-1300, Porto Alegre

MERCEARIA DO CONDE
r. Joaquim Antunes, 217,
tel. (11) 3081-7204, São Paulo

O BALAIO DE GATO
r. Piauí, 1.052, tel. (31) 3213-9374,
Belo Horizonte


Texto Anterior: Crítica de loja: Paraíso de noivas e gourmets
Próximo Texto: Em Minas, restaurante é oficina de bordado
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.