Loja foge à regra e não expõe na vitrine cães e gatos

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Tem gente que vê no bicho de estimação um membro da família de sangue; mais uma boca ávida para alimentar com comida, diversão e acessórios. Para outros, o animal é, ele mesmo, o definitivo acessório de moda, com a vantagem, sobre uma bolsa Prada, de ajudar a entabular conversas animadíssimas com estranhos na rua. Os dois tipos têm em comum uma firme disposição para, digamos, investir na relação. Encravada numa esquina improvável do Jardim Europa, a Au Pet Store foi feita para ambos.
Quem busca cão ou gato pode contar com o pet shop para achar o animal pretendido junto aos seus criadores, o que é um bom serviço, além de tornar aquela cena deprimente dos filhotes à venda na vitrine mais a exceção do que a regra.
No setor de bichos, aliás, o forte da loja não é exatamente o trivial. No primeiro andar, ficam as aves silvestres que os donos criam em cativeiro, lindas, mansas e certificadamente legais; no segundo andar, aquários com peixes, anêmonas e corais marinhos. O ambiente é improvisado, com aves de pelúcia por todo lado. Mas não se engane. Um papagaio custa R$ 2.500; pechinchas perto da cacatua (R$ 18 mil), a top de linha das aves. Para quem não está a fim de e nem apto a abrir um zoológico, a seleção de acessórios para cachorros e gatos é diversão suficiente.
O destaque são os itens "humanizantes" para cachorros, alegres contribuições da indústria "pet" para reduzir um pouquinho mais as distâncias entre pais humanos e filhos-bichos. Incluem: carrinho de bebê para passear com o filhote; abrigo esportivo de plush vermelho, com listras laterais e capuz; bandanas com estampa de cashmere; perfumes de "chá verde" ou "flor de lótus", de uma marca chamada Empório Pet; conjunto com escova e pasta de dentes; pacotes individuais de salgadinhos de nomes significativos como Doguitos e Petiscão; e diminutos divãs de matrona estofados com tecido zebrado ou de onça, para o "pet" se recostar (R$ 600).
Os brinquedos são a melhor parte. Há os engraçados e caros, como a reluzente bisteca de plástico (R$ 90) e a coxa de galinha que cacareja quando mordida (R$ 40), para cães, e o rato movido por controle remoto em forma de queijo, para gatos. E, ao lado de frescuras incríveis, como o guarda-chuva para cães, encontram-se até grandes utilidades, incluindo a engenhoca que promete tornar menos inglória a tarefa de recolher o cocô do cachorro da calçada. Fazemos votos que funcione.