Supermercado na Liberdade tem comida pronta para quem não se vira bem com as receitas orientais

Os ingredientes frescos ou preparados em escala artesanal são tentadores. Ainda que a maior parte demande um 'google' para entender do que se tratam

Rodrigo Capote/ Folha Imagem

A seção de comidas prontas e semiprontas é um dos atrativos do Marukai, na Liberdade, em São Paulo

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Liberdade é um destino amigo para os paulistanos que andam com banzo de outros ares, mas sem grana para viajar. Desde que o óbvio fato caiu em domínio público, há alguns anos, o bairro começou a lotar e a se renovar.
O Marukai é um exemplo. Nos últimos tempos, o supermercado ampliou a oferta de ingredientes japoneses, tornando-se uma referência no assunto. E acrescentou uma boa dose de comidas prontas, para satisfazer quem não tem ideia do que fazer com eles.
Deve estar dando certo: numa manhã de terça, encontrei a casa dura de gente. Difícil até ficar em pé na frente do freezer tempo suficiente para entender o que é o quê, entre guiozas semiprontos, pastéis de curry e "dim sum", bolinhos recheados com carne, legumes e cogumelos que podem ser cozidos no vapor, parecidos com os da rede de restaurantes Ping Pong.
Nas gôndolas, reinam os industrializados japoneses; e põe industrializado nisso. "Néctares" de pêssego, sucos de babosa e biscoitos "amanteigados" primam pelas embalagens espetaculares e dão um novo significado à expressão "sabor artificial". Com exceções honrosas, como aqueles salgadinhos apimentados que vão bem em festas e os macarrões de todo tipo e sabor -até de chá verde-, tudo dá um certo medo.
Mais tentadores são os ingredientes frescos ou preparados em escala artesanal. Ainda que a maior parte demande um "google" para entender do que se tratam, ao menos para os ignorantes, como eu. Para além de velhos conhecidos, como tofu e missô -dos quais se acham as variedades mais diversas-, há tubérculos, verduras e frutas estranhérrimos, incluindo a deliciosa pitaya, rosa por fora e mais ainda por dentro (R$ 5 a unidade).
As conservas de nabo e gengibre, vermelhíssimas ou amarelíssimas, são lindas de morrer, mas o que fazer com elas? Talvez não baste arrematar um dos livros de culinária japonesa que o supermercado vende, junto com uma frigideira wok de R$ 36. Da próxima vez, vou levar um especialista.