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TESTE DE MAQUIAGEM
Repórter prova na pele os serviços de vendedores-maquiadores e sente no bolso 'empurroterapia' cosmética
Felipe Reis
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DANAE STEPHAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para vender maquiagem, vale
dar brinde, aula e até limpeza
de pele. Mas essas estratégias
de venda batidas não bastam.
Hoje, muitas lojas especializadas têm vendedores treinados
em técnicas de maquiagem, para oferecer seus préstimos a
qualquer mortal que passar pela porta. Sem compromisso.
A idéia é que, depois de ganhar um trato, a pessoa fique
tentada a comprar o kit de beleza aplicado nela a custo zero.
Como uma consumidora comum, a repórter foi conferir a
eficiência do sistema em quatro
endereços de São Paulo: Boticário, Contém 1g, M.A.C e Drogaria Onofre. Em todos, foi feito o pedido de um kit básico,
porém versátil, para alguém
com pouca habilidade na arte.
Depois dessas compras
"guiadas", os kits foram analisados pelo maquiador profissional Theo Carias, que avaliou:
necessidade real dos itens; adequação ao tom de pele e ao gosto pessoal da compradora;
combinação de cores e versatilidade. Ele também montou
quatro looks com parte dos
produtos sugeridos.
Todos os consultores indicaram bases e pós de boa cobertura, tarefa que não era fácil, considerando as características da
pele da cobaia: oleosa, com sardas, marcas de acne e olheiras.
A maioria dos kits incluiu base,
pó, blush, lápis, pelo menos
uma cor de sombra e batom ou
gloss. As cores variaram pouco:
tons terrosos para olhos, blush
natural e batom cor-de-boca.
Nesse sentido, a M.A.C saiu
na frente: a vendedora captou
os desejos da consumidora
-que não é chegada em marrom- e ousou mais nas cores.
A Onofre ganhou pontos
quando sua vendedora-maquiadora sugeriu o uso da própria base como corretivo.
Na Contém 1g, nada de economia: por pouco a repórter
não sai com quatro corretivos,
um para cada tipo de mancha.
Para quem costuma passar a
base com os dedos, dentro do
carro, não foi das indicações
mais acertadas. Depois de alguma argumentação, a repórter
"conseguiu" levar apenas dois.
Já na M.A.C, a "empurroterapia" principal é de pincéis. Como os produtos não têm nem
esponja, as vendedoras insistem. Detalhe: cada pincel custa
R$ 120. "Bobagem", disse o profissional Theo Carias.
No quesito brindes pós-compra, a Onofre ofereceu batom
importado, aula de automaquiagem, limpeza de pele e
"quick massage" -para repórter e marido! Contém 1g deu vale-aula e Boticário, um protetor
solar, além de vale-aula.
Uma surpresa foi a diferença
não tão grande de preço entre
os kits importados e os nacionais: o da Onofre, montado só
com importados, custou R$ 27
a mais que o da Contém 1g. O da
canadense M.A.C custou "só" o
dobro do kit da Boticário.
Mas o maior susto foi a quantidade de coisas que um "básico" comporta. Os vendedores
não separaram o usável da firula. "Básico que é básico deve
considerar o estilo da mulher.
Não adianta empurrar estojo
com cores que não agradam só
por ser versátil", diz Theo.
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