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APROVEITE
IMPORTADOS MAIS BARATOS
O dólar baixo já se refl ete no preço de
cosméticos e de produtos de informática
DANAE STEPHAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pode ser péssimo para as exportações, mas para o consumidor brasileiro, a constante queda da moeda americana já está
mostrando seu lado positivo: os
importados estão com preços
mais baixos nas lojas.
Em março do ano passado, o
dólar estava cotado em R$ 2,13
para a venda. No último dia 4,
fechou em R$ 1,67. Esse cenário deve continuar.
Algumas importadoras já
reavaliaram suas tabelas de
preço, que ficaram até 30%
mais baixas. "Vimos que era
possível essa redução, e quisemos tornar nossos produtos
mais acessíveis", afirma Barbara Kern, 49, diretora de marketing e vendas da distribuidora
de perfumes RR. Complementando a ação, a empresa investiu em divulgação nos pontos-de-venda e jornais locais para
garantir que o repasse fosse feito pelas lojas. "Queríamos ter
certeza de que isso chegaria ao
consumidor final", completa
Barbara.
Produtos de informática
também tiveram uma redução
de preço considerável. Um notebook da Semp Toshiba está
13% mais barato na Lojas Americanas, e é vendido por R$
1.999. No Submarino, a redução é semelhante. Um notebook da Positivo, antes vendido
por R$ 1.499, agora custa R$
1.299. Fabricados no Brasil, os
computadores têm componentes importados.
Nem todo mundo aderiu à
prática. Os produtos do conglomerado de luxo LVMH continuam com os mesmos preços.
"Trabalhamos com uma margem de lucro muito apertada, e
não aumentamos nossos preços há dois anos", diz Katarina
Queiroz Santos, diretora comercial das marcas Dior e Givenchy, pertencentes ao grupo.
"É natural que os distribuidores e lojistas tenham cautela
em repassar essa diferença,
porque se o dólar voltar a subir,
o consumidor não vai aceitar",
diz Fabio Gallo, professor de finanças da PUC-SP e da FGV-SP. "Mas o cenário é estável, e
antes de 2009 ou 2010, o dólar
não deve ultrapassar a barreira
dos R$ 2", estima.
A sugestão do especialista é
que os consumidores pressionem as lojas e as próprias distribuidoras e pesquisem bem
antes de comprar. "O consumidor hoje é muito mais atento",
afirma Cláudio Felisone, 50,
coordenador do Provar (Programa de Administração de Varejo). "A mesma televisão que
ele vê em uma loja está em outra, está na internet. Se a loja
não repassar o preço, ela pode
perder o cliente".
Colaborou CYRUS AFSHAR, da Reportagem Local
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