São Paulo, sábado, 08 de março de 2008

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APROVEITE

IMPORTADOS MAIS BARATOS

O dólar baixo já se refl ete no preço de cosméticos e de produtos de informática

DANAE STEPHAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pode ser péssimo para as exportações, mas para o consumidor brasileiro, a constante queda da moeda americana já está mostrando seu lado positivo: os importados estão com preços mais baixos nas lojas. Em março do ano passado, o dólar estava cotado em R$ 2,13 para a venda. No último dia 4, fechou em R$ 1,67. Esse cenário deve continuar.
Algumas importadoras já reavaliaram suas tabelas de preço, que ficaram até 30% mais baixas. "Vimos que era possível essa redução, e quisemos tornar nossos produtos mais acessíveis", afirma Barbara Kern, 49, diretora de marketing e vendas da distribuidora de perfumes RR. Complementando a ação, a empresa investiu em divulgação nos pontos-de-venda e jornais locais para garantir que o repasse fosse feito pelas lojas. "Queríamos ter certeza de que isso chegaria ao consumidor final", completa Barbara.
Produtos de informática também tiveram uma redução de preço considerável. Um notebook da Semp Toshiba está 13% mais barato na Lojas Americanas, e é vendido por R$ 1.999. No Submarino, a redução é semelhante. Um notebook da Positivo, antes vendido por R$ 1.499, agora custa R$ 1.299. Fabricados no Brasil, os computadores têm componentes importados.
Nem todo mundo aderiu à prática. Os produtos do conglomerado de luxo LVMH continuam com os mesmos preços. "Trabalhamos com uma margem de lucro muito apertada, e não aumentamos nossos preços há dois anos", diz Katarina Queiroz Santos, diretora comercial das marcas Dior e Givenchy, pertencentes ao grupo. "É natural que os distribuidores e lojistas tenham cautela em repassar essa diferença, porque se o dólar voltar a subir, o consumidor não vai aceitar", diz Fabio Gallo, professor de finanças da PUC-SP e da FGV-SP. "Mas o cenário é estável, e antes de 2009 ou 2010, o dólar não deve ultrapassar a barreira dos R$ 2", estima.
A sugestão do especialista é que os consumidores pressionem as lojas e as próprias distribuidoras e pesquisem bem antes de comprar. "O consumidor hoje é muito mais atento", afirma Cláudio Felisone, 50, coordenador do Provar (Programa de Administração de Varejo). "A mesma televisão que ele vê em uma loja está em outra, está na internet. Se a loja não repassar o preço, ela pode perder o cliente".


Colaborou CYRUS AFSHAR, da Reportagem Local


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