|
Texto Anterior | Índice
COBAIA [experiências e testes de consumidores]
GINCANA COM FILHO NO BOLSO
Benjamin, de 9 meses e 9 quilos, ajuda a mãe jornalista no "test-drive" que compara cangurus e slings
Patrícia Stavis/Folha Imagem
|
|
O bebê Benjamin preso à mãe pela faixa étnica da moda, o sling
ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO
Passear com um bebê em
uma cidade como São Paulo só
não é exatamente uma aventura porque as mães, já devidamente programadas pela prolactina, ficam superalertas e
cercam-se de cuidados.
Diante de obstáculos como
calçadas irregulares ou inexistentes, degraus altos, ônibus
pouco amigáveis, metrô cheio e
cocôs de cachorro, não é fácil
andar por aí levando a cria no
meio de transporte mais usual
dos bebês, o carrinho.
As mães pedestres e as pedestres mães têm como opções
razoáveis os cangurus do tipo
mochila e os slings -faixas de
pano como as usadas por índias, que prendem o bebê junto
ao corpo da mãe. Pais também
são muito bem-vindos ao mundo dos carregadores, e muitos
se deslocam com naturalidade
portando seus bebês.
O caso é que slings e cangurus são mesmo como roupas, e
o aspecto pessoal da impressão
só não é maior que a diferença
anatômica entre homens e mulheres. Portanto, anca, cintura,
peito e eventuais gordurinhas
fazem toda a diferença na hora
de vestir seu carregador e de
acomodar seu bebê nele.
Tanto slings quanto cangurus são vantajosos em relação
ao carrinho ou ao mero muque
por dar liberdade às mãos -e,
mesmo que uma das habilidades maternas seja a multiplicação de braços à moda das deusas indianas, é possível se beneficiar de um alívio ao carregar
compras, abrir a bolsa, pegar a
chupeta, cumprimentar alguém ou fazer carinho no bebê.
A Folha testou dois modelos
de canguru e dois de sling.
Slings
Essas faixas de pano viraram
um hit materno na internet,
com sites especializados na
confecção e até numa certa
doutrina do uso do sling.
Ainda é difícil encontrá-los
no mundo offline, mas lojas de
"moda gestante" que conseguem escapar à hegemonia da
calça jeans de elástico já expõem na vitrine um ou outro
modelo de carregador que fique
bem com roupas civis.
A variedade de tecidos e formatos dos slings joga a favor
deles. Além da graça consumista de poder usar várias estampas, cores e texturas, o fato de
as faixas serem laváveis em máquina já é uma enorme vantagem em relação aos cangurus.
Os slings também ganham na
variedade de posições em que o
bebê pode ficar: sentado, "alerta" para o mundo ou confortavelmente deitado, como se estivesse numa rede. As posições,
porém, variam conforme o tamanho e a idade da criança.
Nos sites, aparecem até as versões mais "orgânicas", com bebês nas costas da mãe, mas essa
posição exige um pouco mais
de segurança para ser adotada.
A vantagem definitiva do
sling é que possibilita carregar
desde bebês bem pequenininhos, que ficam com aspecto de
mamulengos nos cangurus por
não terem a firmeza necessária,
até crianças que já sabem andar, mas ainda pedem um colinho. Serve também para simplesmente acalmar as crias junto ao corpo, amenizar suas cólicas ou fazê-las dormir.
Canguru
Mas a mesmice do canguru
tem uma vantagem: vesti-lo é
muito mais prático do que
aprender a usar um sling.
O canguru também ganha
por seu aspecto mais urbano:
firme, bem estruturado, acolchoado e cheio de presilhas e
ajustes, tenta garantir o conforto da mãe e a segurança do bebê
durante percursos mais longos
ou acidentados. É preciso tomar cuidado, porém, com onde
se pisa, já que, por colocar o bebê exatamente diante do campo de visão da mãe, o canguru
pode prejudicar a vista do que
está à frente nas calçadas.
Para bebês com mais de seis
meses, o canguru oferece uma
visão privilegiada do mundo:
eles curtem admirar a paisagem cheia de novidades. Mas,
se o bebê cochilar no percurso,
os fabricantes orientam a colocá-lo virado de frente para a
mãe. A vida útil do canguru costuma acabar quando o bebê
completa de nove a 11 quilos.
O sling, por outro lado, é mais
prático quando a mãe se senta
ou precisa desvesti-lo. É praticamente impossível ficar sentada com o bebê dentro do canguru, já que a posição pode machucar as perninhas da criança.
As amarras que dão mais robustez ao canguru são justamente o problema na hora de
tirá-lo, já que tornam o processo bem mais complicado.
Fora de uso, o sling cabe em
qualquer bolsa de tamanho médio. O canguru dificilmente
permite essa opção.
Qualquer uma das escolhas,
porém, costuma ser mais prática e confortável do que levar a
criança diretamente nos braços. É só tomar cuidado, prestar atenção às instruções, escolher aquele que "veste" melhor
e embalar o bebê.
RUIM
REGULAR
BOM
MUITO BOM
EXCELENTE
O mais confortável para os pais
Entre os cangurus testados, o da marca Disney é
o mais confortável para os pais, já que, além dos
ajustes nas costas, tem uma faixa para ser presa
à cintura, o que ga rante mais estabilidade. Mas
serve só até o bebê atingir 11 quilos. Outro aspecto
negativo é o manual de instruções, que vem
em inglês e em espanhol, mas não em português.
Desenhos, porém, dão conta da explicação.
DISNEY - THE FIRST YEARS
Preço sugerido R$ 259
Avaliação
Onde comprar PB KIDS
Av. Rebouças, 2.538, Jardim
Paulistano, tel. (11) 3080-9808,
São Paulo
O mais confortável para o bebê
Já o canguru Chicco é o mais confortável para os
bebês, por causa de uma generosa ca mada
de espuma na "cadeirinha" e do revestimento
antitrans pirante do lado interno. Não faz estragos
à coluna, mas tem a vida útil mais curta: só
até o bebê completar nove quilos. No manual,
muitas ilustrações e muitas línguas explicam
como co locar, manter e retirar o carre gador.
CHICCO - GO
Preço sugerido R$ 198
Avaliação
Onde comprar
SAC (11) 2246-2129, São Paulo
www.chicco.com.br
Se fosse um concurso de beleza...
O sling Matrioscas é, de longe, o mais bonito
dentre os carregadores avaliados, mais moderno,
sóbrio, com padrões legais e, além disso, tem dupla
face. Mas paga o preço da beleza: é vendido
em tamanhos pré-determinados, sem ajuste, o
que impossibilita o uso por pes soas de compleição
diferente e difi culta a adaptação. Permite o
uso com o bebê nas costas. Vem sem manual _as
instruções para as diferentes posições estão no
site. Recomenda o uso com crianças de até 16 kg.
MATRIOSCAS
Preço sugerido R$ 60 + frete
Avaliação
Onde comprar
matrioscas.wordpress.com
Requer prática e habilidade
O sling da marca Babyslings é oferecido em uma
porção de cores e tecidos, sempre no modelo
com argolas. É possível escolher o tipo de argola
que vai servir como ajuste. No início, dá para
apanhar um pouco até pegar o jeito, mas, com
paciência, é possível acertar as posições e passar
ho ras com o bebê a tiracolo antes de a coluna
começar a gritar. É o que "veste" melhor. Vem com
manual e sacola no mesmo tecido do sling. Recomenda
o uso com crianças de até 22 kg.
BABYSLINGS
Preço sugerido a partir
de R$ 73 + frete
Avaliação
Onde comprar
tel. (54) 3286-5017, Gramado
www.babyslings.com.br
Texto Anterior: Dúvidas éticas: Deixar a TV no stand-by gasta muita energia? Índice
|