São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2007

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CRÍTICA DE LOJA [questão de gosto e opinião]

CAÇA AO TESOURO DE SEGUNDA MÃO

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Brechó bom, mesmo, é aquele onde você dá sorte. Pode ser uma portinha de garagem que abre de repente numa rua residencial, e onde se desencava, sob um monte de roupas que você teria vergonha de dar, um vestido de seda italiano dos anos 60, desses de usar com chapéu e luvas, inteirão, por R$ 15. Que importa se você nunca tiver um grande prêmio alternativo para ir com ele?
O Vó Judith pertence a uma categoria à parte: é daqueles brechós onde se dá sorte com uma certa freqüência, o que faz supor que haja nele outras forças em ação, além de sua boa estrela. Certamente o olho do dono. O endereço original, perto do Poupatempo Sé, foi até outro dia o paraíso escondido das puristas do ramo, para quem o preço de banana -qualquer coisa entre R$ 5 e R$ 25- é parte inseparável da "experiência brechó", além do saco de lixo preto onde enfiam seus achados e da eventual crise de rinite.

Araras do bairro
Nos últimos meses, com a inauguração da filial da Vila Madalena, a coisa mudou um pouco de figura: de tudo o que cai na rede dos donos, em matéria de marcas conhecidas e/ou peças sem pedigree, mas cheias de personalidade, o melhor vai para as araras do "bairro", onde chegam custando um pouco mais. Recentemente, entre vestidos costurados em casa e muita coisa engraçada, a nova loja vendia uma saia impermeável rosa-choque Miu Miu e uma calça seca de lã, também rosa, da Celine Paris -sua avó tinha- por R$ 37 cada uma, além de um ótimo vestido de crepe com estampa geométrica, anos 70, por R$ 60.
Se a oferta da Vila é mais seleta, para quem gosta de cansar o braço conferindo araras, a viagem à Sé continua válida. A sobreloja vende peças aparentemente pouco usadas de boas marcas, como Reinaldo Lourenço e Track & Field. Da última, há dez dias, tinha uma calça vermelha quase nova, de um tecido fabuloso, por R$ 15, um quarto do preço de uma idêntica na ponta de estoque da marca. No quesito roupa de época, a melhor oferta era uma calça de neoprene G, anos 90, daquelas que emagreciam de tanto que você lutava para entrar nela. Alguns estilos, ensina o brechó, dataram com justa causa.


ONDE ENCONTRAR
Vó Judith r. do Carmo, 122,
tel. (11) 3105-4753, e r. Aspicuelta, 30,
tel. (11) 3037-7808, São Paulo



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