São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2009

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MARIA INÊS DOLCI [defesa do consumidor]

SEM LIQUIDAR O BOLSO


Reserve só uma hora para a compra. Caso contrário, vira passeio, você vê algo em que não havia pensado e, zapt, lá se foi o planejamento

VOCÊ, LEITOR, voltou de férias coletivas, depois de comer peru no Natal e beber champanhe no Ano-Novo. Gastou muito, é claro, porque quem consegue viajar, fazer ceia e comprar presentes com pouco dinheiro? Ninguém.
No retorno ao trabalho, percebe que suas gravatas têm cara de inimigo secreto. As meias estão no fim da vida e falta um terno decente para reuniões de negócios.
Ou você, leitora, se dá conta de que o armário está cheio. Mas que também não tem roupas apresentáveis para seminários, workshops e outros eventos de trabalho.
Comprar, nesses casos, é fundamental. Mas como não torrar o que ainda nem foi ganho? Como não virar náufrago do cartão de crédito?
Bem, há as liquidações de janeiro, período fraco para as vendas, porque muitos estão em férias, na praia ou na serra, preocupados com o lazer, não com o trabalho.
Mas liquidação não é uma palavra abençoada, que absolve qualquer compra. Antes de pisar na loja, responda algumas perguntas básicas:
1 Do que preciso mesmo?
2 Quais tecidos e cores pretendo comprar?
3 Tenho sapatos que combinam com essas roupas?
4 Quantos arranjos posso fazer com o que comprarei?
5 Quanto pretendo gastar?
6 Quanto posso gastar?
7 Em que condições vou pagar?
Respondeu tudo, sinceramente? Então você está pronto (a) para comparar preços, condições de pagamento etc. Só vale a pena fechar a compra depois de conhecer a média de preços cobrados pelas lojas.
Não aposte nos quilos que perderá no futuro. Resigne-se em comprar roupas que sirvam de verdade em você. Cuidado com cores exóticas: ficam "marcadas" rapidamente e não combinam com nada que você já tem. Prefira peças clássicas.
É bem mais fácil para os homens: terno azul-marinho ou preto, gravata vermelha ou azul, camisa social branca ou azul-claro. Talvez um blazer azul, para usar com calça de sarja ou jeans.
Mas nós, mulheres, não temos o terno como uniforme. Então, é necessário planejar ainda mais o que comprar.
Normalmente, ambientes de trabalho pedem roupas mais sóbrias.
Uma dica: depois de decidir tudo, reserve uma hora, no máximo, para a compra. Caso contrário, virará um passeio, você verá algo interessante em que não havia pensado, e, zapt, lá se foi o planejamento das compras.
Atenção às falsas liquidações. Aquelas que indicam reduções de até 50% do preço. Mas que reduziram produtos muito caros. Ou que colocam um valor baixo na vitrine, por exemplo, R$ 50, e, em tamanho quase ilegível, dez vezes.
Liquidação, para valer a pena, tem que dar descontos reais, para bons produtos. Nem é preciso dizer que oferecer uma roupa que será pouco usada por um preço mais ou menos é enganação pura.
Portanto, olho vivo, planeje, compare, escolha e boas compras.

http://mariainesdolci.folha.blog.uol.com.br


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