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DÚVIDAS ÉTICAS
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O que é melhor para o ambiente: usar lápis ou caneta descartável?*
CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL
O lápis é mais "ecológico", já
que usa como matéria-prima
principal uma fonte renovável.
Mas, de acordo com Kenny Tanizaki, 42, pesquisador do Instituto de Biologia da UERJ, essa característica não é o bastante. "O lápis é melhor, mas desde
que seja feito com madeira de
origem certificada e que não seja de floresta nativa", afirma.
Cada árvore adulta tem madeira suficiente para fazer
8.000 unidades, em média. No
total, porém, a quantidade de
árvores derrubada todos os
dias para fabricar o produto é
expressiva: só a Faber-Castell
precisa de mil árvores por dia
para fabricar 8 milhões de lápis.
Mas o impacto é compensado
com o uso de madeira reflorestada. Isso contribui para a neutralização das emissões de carbono e não desmata floresta
nativa. "A cadeia de produção
do lápis feito com madeira reflorestada tem fixação de carbono seis vezes maior que o que
ela emite", afirma Jairo Cantarelli, 50, gerente da Divisão Madeira da Faber-Castell.
Já a caneta descartável tem
um "saldo negativo" de emissão
de carbono, porque é feita com
material de origem fóssil e não
renovável. "Você está tirando
um carbono que foi fixado há
milhões de anos para trazer à
biosfera", diz Tanizaki. Além
disso, as canetas duram menos.
Segundo a fábrica de canetas
Bic, uma esferográfica pode desenhar uma linha três quilômetros até acabar a tinta. Um lápis, segundo a Faber-Castell,
desenha até oito quilômetros,
considerando que a grafite esteja inteira.
Segundo Rogério de Andrade, diretor de marketing da Bic,
uma maneira de os fabricantes
atenuarem o impacto ambiental da caneta é usar menos plástico e, sempre que possível,
substituir o material virgem
por material reciclado.
Bic:
www.bicworld.com/inter_pt/development/index.asp
Faber-Castell:
www.faber-castell.com.br
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