Site de descontos vende itens de grife para público seleto

DÉBORA MISMETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

No site Superexclusivo, só compra quem tem cadastro. Mas para fazer parte desse "clube", o usuário precisa ser indicado, num esquema meio Orkut, ou preecher um cadastro no site. Se for aceito, passa a ter acesso a todos os produtos de grife vendidos com descontos de até 70%. A estrutura do site, inaugurado em novembro, é inspirada em exemplos internacionais, como o italiano Saldiprivati e o Private Outlet, criado em março de 2007 e presente em 11 países da Europa.
No Brasil, as promoções são organizadas por marca. Um e-mail avisa os usuários sobre a data de início de cada venda especial, que dura até quatro dias. As fotos de todos os itens ficam on-line, com o preço cheio e o promocional. Entre as ofertas já concluídas, estão vestidos da estilista Cris Barros, de R$ 2.000 por R$ 300, e uma cafeteira italiana Le Cimbale, de R$ 6.000 por R$ 4.500.
O segredo do negócio, segundo a designer Juliana Messenberg, 37, uma das sócias do Superexclusivo, é o número limitado de usuários: 15 mil pessoas no Brasil. É por causa dessa garantia que marcas "premium" aceitam entregar os produtos para a vitrine virtual de descontos. "A gente não queria que fosse exclusivo, mas, como o preço é baixo, as marcas acham que pode prejudicar a imagem", diz Juliana.
A maior parte das grifes prefere até não ter sua participação divulgada. Entre as que não se importam, estão Miss Sixty, Energie, Replay e a italiana Fornarina. Por enquanto, todos os 2.000 usuários do site são de São Paulo, mas a operação já começou a ser ampliada para todos os Estados do país.
A entrega dos produtos é feita em carros contratados pelo site e com embalagem própria. "É algo para uma classe A: mesmo sendo um outlet, a pessoa vai ter o atendimento a que está acostumada", diz Juliana.
Logo, outros serviços VIP serão incluídos. "Vamos oferecer canais permanentes: de viagens, de flores, de chocolates, e de presentes inusitados, como viagens de balão e um dia de Ferrari. Estamos buscando fornecedores e as pessoas simpatizam com a idéia", diz Juliana.