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Bebês brecholentos
Estique a vida útil das roupas infantis comprando em brechós ou vendendo o que não serve mais para seu filho
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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A bebê Ara Rita, 9 meses, usa vestidinho de algodão de brechó; o carrinho e o urso também são do acervo da loja Era Uma Vez Outra Vez
IRENE RUBERTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O enxoval preparado com carinho por nove meses registra
baixas semanas após o nascimento. É o body que ficou apertado, o macacão que não fecha...
Para recuperar parte do que foi
gasto ou economizar, uma ideia
é recorrer aos brechós infantis.
São Paulo tem cinco grandes
brechós especializados, que só
aceitam peças em ótimo estado. "Crianças ganham muitos
presentes, nem conseguem
usar tudo. As coisas chegam
aqui novas", diz Sheiny Chermont, dona do brechó Bolota.
Roupas e sapatos apertados
são só amostra do que vem pela
frente. A cadeirinha do carro
também terá de ser trocada, o
móbile vai perder a graça e o
berço será obsoleto. A maioria
dessas lojas também vende
apetrechos que acompanham o
crescimento da criança.
O movimento só cresce nesses brechós, tanto para compra
quanto para venda. O garimpo
compensa, considerando-se os
preços das roupinhas novas.
Nos shoppings, um macacão
simples custa até R$ 60.
O presidente da Associação
Brasileira do Vestuário, Roberto Chadad, diz que a linha infantil exige produção mais elaborada. "Não se pode usar botões que se soltem e a criança
possa engolir", afirma. Também não são usadas tintas com
derivados de enxofre, para evitar alergias. "E as peças, em geral, são de algodão, mais caro
que materiais sintéticos".
Apesar das justificativas, a
consultora Benne Catanante
acha "caríssimas" as roupas infantis. "Gosto dos brechós não
só pela economia, que poderia
fazer comprando no Brás, mas
pela qualidade das peças", diz
ela, mãe de um menino de 7 e
de um casal de gêmeos de 6.
"Também me agrada o consumo consciente", afirma, nem aí
com quem, como diz, "olha torto" para os brechós de bebês.
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