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CRÍTICA DE LOJA [questão de gosto e opinião]
Garimpo com pegada étnico-brasileira
A nova loja Caixeiro Viajante tem objetos úteis, inéditos, engraçados... Mas ninguém sente falta de nada daquilo que está lá
Uma cilada do
segmento de
'achados' é quando
todo mundo vende as
mesmas novidades
que, ato contínuo,
viram a maior
carne-de-vaca
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TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Precisar, você não precisa de
absolutamente nada do que a
nova Caixeiro Viajante oferece.
Mas vá se convencer disso, uma
vez lá. Expansão do negócio
que sempre teve seu cantinho
no restaurante ao lado, a Mercearia do Conde, a loja faz uma
entrada promissora na seara
dos achados de bom gosto,
principalmente para a casa.
A pegada é étnico-brasileirinha, com desvios para o retrô e
o moderno clássico; tudo é alternativo, no sentido de não facilmente achável, e tudo é meio
caro, embora as moças de lá garantam que os preços são "ótimos". Se elas querem dizer,
com isso, que são mais razoáveis do que na média das casas
do ramo, considerada a qualidade do produto e, sobretudo, a
originalidade da escolha, vou
ter que concordar.
A loja se safa, e bem, de duas
ciladas típicas do segmento. A
primeira é quando o consumidor um pouquinho mais informado consegue dizer em qual
lugar do Brás o artigo idêntico
está à venda por muito menos,
e/ou sabe que um bloquinho de
papel, por mais chinfroso, jamais custaria o equivalente a
R$ 99 no MoMA, de onde veio.
A outra cilada desse segmento
de "achados" é quando todo
mundo vende as mesmas "novidades", que, ato contínuo, viram a maior carne-de-vaca.
Como sabe quem frequenta o
restaurante, a caça ao objeto
que faz diferença na vida -seja
pela utilidade, a beleza, a graça,
o ineditismo ou, de preferência,
por tudo isso junto- é uma arte
que as donas aperfeiçoam há
anos. Com mais espaço, elas
criaram uma oferta de surpreender o maior rato de loja,
que inclui até cerâmicas nordestinas e brinquedos de corda
nunca vistos, entre os últimos
um irresistível fusquinha.
Também são novidade, entre
muitos outros itens, as saladeiras de madrepérola, as esculturinhas de sucata, os sacos decorados de presente, os prendedores para cabelo de chifre,
com guizos na ponta, da Índia; e
as bolsinhas bordadas da Guatemala, as bijuterias de miçanga e pedra e os tiptops e camisetas para bebê, com estampas de
aviões e dinossauros.
Apesar do cirquinho tcheco
de lata, com picadeiro, trailers e
bichos (R$ 500), e do velocípede de ferro com cara de antigo
(R$ 1.200), o proibitivo não é a
regra. Mas tampouco o baratinho. A loja fica aberta até mais
tarde, para acompanhar o restaurante. Ou seja: um perigo.
ONDE ENCONTRAR
Caixeiro Viajante
R. Joaquim Antunes, 223,
Jd. Paulistano, tel. (11) 3062-3535,
São Paulo
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