São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2007

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O Natal da rede

Preguiça, falta de tempo, preços e variedade esquentam consumo on-line

LÍGIA MESQUITA
EDITORA-ASSISTENTE DO VITRINE

Este vai ser um Natal on-line. O fator comodidade, os preços mais baixos que o das lojas "reais" e o maior número de pessoas com internet banda larga esquentam o comércio eletrônico neste final de ano.
A previsão é de que no Natal as vendas na internet tenham crescimento de 45% em relação ao ano passado, com faturamento de R$ 1 bilhão, segundo o site e-bit, com pesquisa de intenção de compra do Provar (Programa de Administração de Varejo, da Fundação Instituto de Administração), em parceria com o Canal Varejo.
Dos 2.000 consumidores entrevistados, 85,5% têm intenção de comprar pela rede. "Para quem já está incluso digitalmente, a internet passa a ser mecanismo de pesquisa de produtos e preços. As pessoas têm menos tempo disponível e a rede é usada para a compra que não provoca incerteza, caso de eletrônicos e eletrodomésticos", diz a economista Patrícia Vance, 40, coordenadora de pesquisa do Canal Varejo.
"Quem compra na internet procura preço e comodidade, algo essencial nos grandes centros urbanos, onde há dificuldades de transporte. O varejista virtual tem custos mais competitivos e pode repassar isso. O canal web tende a ser mais barato", diz David Lederman, consultor de web marketing.
A B2W Companhia Global do Varejo, resultante da fusão entre Americanas.com e Submarino, anunciou nesta semana seu balanço dos primeiros nove meses de 2007: crescimento de 45% em relação a 2006. Para o site de leilão virtual Mercado Livre, a receita do terceiro trimestre cresceu 72,4%.
As pequenas lojas on-line também venderam mais neste ano. A Camiseteria, site de camisetas criado em 2005, vendia em outubro de 2006 menos de mil peças por mês. Em 2007, o faturamento dobrou e os pedidos já batem a casa dos 2.200 por mês, diz Rodrigo David, 31, designer e sócio da loja.
O mesmo acontece com a Mubi, loja virtual especializada em música, há dois anos no ar. Em outubro do ano passado as vendas ficavam em torno de 300 por mês. Neste ano, chegam a mil, segundo Flávio Monteiro, 41, dono da Mubi.

Pesquisa de preços
O técnico de som Marcos Eagle, 42, é consumidor assíduo de lojas virtuais desde 2000. "Como não dirijo, é muito mais cômodo", diz ele, que faz supermercado, equipa a casa e até compra sementes de lavanda importadas para plantar, tudo pelo computador. A única coisa que ele ainda não pede pela internet é roupa. "É estranho não experimentar, não tocar".
Para Eagle, a vantagem do comércio eletrônico é o preço. "Sinto-me mais seguro comprando assim, porque pesquiso preços, o que seria impossível no mundo real. É difícil uma pessoa ir a dez lojas para depois comprar. Na internet, com um clique você descobre o produto mais barato", fala.
A empresária Laís Fróes, 38, é consumidora virtual desde 2001. "Primeiro, namoro o produto em alguma loja. Depois, pesquiso preços em sites e vejo onde está mais barato. Procuro comprar em sites tradicionais".
O DJ Luca Lauri, 35, consome na rede desde os primórdios. É adepto de sites como o Mercado Livre, onde acaba de comprar um computador e um fone de ouvido pela metade do preço de uma loja real. "Fico satisfeito com o serviço. A negociação é rápida e os vendedores são confiáveis, preocupados com sua reputação".


Colaboraram CYRUS AFSHAR e DEBORA MISMETTI, da Reportagem Local.


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