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O Natal da rede
Preguiça, falta de tempo, preços e variedade esquentam consumo on-line
LÍGIA MESQUITA
EDITORA-ASSISTENTE DO VITRINE
Este vai ser um Natal on-line.
O fator comodidade, os preços
mais baixos que o das lojas
"reais" e o maior número de
pessoas com internet banda
larga esquentam o comércio
eletrônico neste final de ano.
A previsão é de que no Natal
as vendas na internet tenham
crescimento de 45% em relação
ao ano passado, com faturamento de R$ 1 bilhão, segundo
o site e-bit, com pesquisa de intenção de compra do Provar
(Programa de Administração
de Varejo, da Fundação Instituto de Administração), em parceria com o Canal Varejo.
Dos 2.000 consumidores entrevistados, 85,5% têm intenção de comprar pela rede. "Para
quem já está incluso digitalmente, a internet passa a ser
mecanismo de pesquisa de produtos e preços. As pessoas têm
menos tempo disponível e a rede é usada para a compra que
não provoca incerteza, caso de
eletrônicos e eletrodomésticos", diz a economista Patrícia
Vance, 40, coordenadora de
pesquisa do Canal Varejo.
"Quem compra na internet
procura preço e comodidade,
algo essencial nos grandes centros urbanos, onde há dificuldades de transporte. O varejista
virtual tem custos mais competitivos e pode repassar isso. O
canal web tende a ser mais barato", diz David Lederman,
consultor de web marketing.
A B2W Companhia Global do
Varejo, resultante da fusão entre Americanas.com e Submarino, anunciou nesta semana
seu balanço dos primeiros nove
meses de 2007: crescimento de
45% em relação a 2006. Para o
site de leilão virtual Mercado
Livre, a receita do terceiro trimestre cresceu 72,4%.
As pequenas lojas on-line
também venderam mais neste
ano. A Camiseteria, site de camisetas criado em 2005, vendia
em outubro de 2006 menos de
mil peças por mês. Em 2007, o
faturamento dobrou e os pedidos já batem a casa dos 2.200
por mês, diz Rodrigo David, 31,
designer e sócio da loja.
O mesmo acontece com a
Mubi, loja virtual especializada
em música, há dois anos no ar.
Em outubro do ano passado as
vendas ficavam em torno de
300 por mês. Neste ano, chegam a mil, segundo Flávio
Monteiro, 41, dono da Mubi.
Pesquisa de preços
O técnico de som Marcos Eagle, 42, é consumidor assíduo
de lojas virtuais desde 2000.
"Como não dirijo, é muito mais
cômodo", diz ele, que faz supermercado, equipa a casa e até
compra sementes de lavanda
importadas para plantar, tudo
pelo computador. A única coisa
que ele ainda não pede pela internet é roupa. "É estranho não
experimentar, não tocar".
Para Eagle, a vantagem do
comércio eletrônico é o preço.
"Sinto-me mais seguro comprando assim, porque pesquiso
preços, o que seria impossível
no mundo real. É difícil uma
pessoa ir a dez lojas para depois
comprar. Na internet, com um
clique você descobre o produto
mais barato", fala.
A empresária Laís Fróes, 38,
é consumidora virtual desde
2001. "Primeiro, namoro o produto em alguma loja. Depois,
pesquiso preços em sites e vejo
onde está mais barato. Procuro
comprar em sites tradicionais".
O DJ Luca Lauri, 35, consome na rede desde os primórdios. É adepto de sites como o
Mercado Livre, onde acaba de
comprar um computador e um
fone de ouvido pela metade do
preço de uma loja real. "Fico satisfeito com o serviço. A negociação é rápida e os vendedores
são confiáveis, preocupados
com sua reputação".
Colaboraram CYRUS AFSHAR e DEBORA MISMETTI, da Reportagem Local.
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