São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

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Maria Inês Dolci

Mais conforto no aeroporto


O acesso gratuito à internet ajuda os passageiros, que passam, no mínimo, duas horas nos aeroportos

A INFRAERO MERECE os parabéns dos consumidores pelo anúncio de que fornecerá acesso gratuito à internet sem fio em 12 aeroportos brasileiros até dezembro. E em mais 20 até 2009. Em um momento de propostas faraônicas de banda larga de graça, é muito bom que a estatal que administra os aeroportos tenha percebido a importância de oferecer algum serviço gratuito aos usuários do transporte aéreo, que pagam taxas de embarque bem salgadas.
Os aeroportos não são redutos de ricos e de classe média alta. Nos últimos anos, campanhas de oferta de passagens a preços especiais começaram a atrair também outras classes sociais.
Durante um bom tempo, a Gol conjugou serviços enxutos com passagens mais em conta, e muitos foram tentados a viajar de avião.
Atualmente, não há uma concorrência tão acirrada, mas isso poderá ocorrer a partir de dezembro, com a chegada da Azul, que se propõe a operar com preços mais baixos.
Por tudo isso, oferecer acesso gratuito à internet é um serviço que ajuda os passageiros, que passam no mínimo duas horas nos aeroportos, já que têm de chegar uma hora mais cedo em cada trecho voado.
Outra sugestão é que a Infraero seja mais rigorosa com a prestação de serviços de alimentação nos aeroportos. O que as redes de fast-food cobram chega às raias do absurdo.
De novo, vale lembrar que aeroportos não recebem só milionários.
Seria, também, uma excelente idéia dotar os aeroportos de bibliotecas, pois os brasileiros precisam ler mais. E tempo é o que não falta para quem espera seu vôo.
Obviamente, não precisam ter milhões de volumes, mas livros e jornais de qualidade e uma confortável área de leitura.
Essas três medidas (acesso à internet, jogo duro com os preços das lanchonetes e as bibliotecas) somadas representam menos desconforto para quem voa. E menos irritação em ocasionais atrasos e cancelamentos de vôos.
A reforma dos aeroportos brasileiros dotou-os de autênticos shoppings. Melhoraram o visual, ganharam mais bancos e até poltronas, em alguns casos. Falta concluir o aspecto dos serviços.
Outra carência, que só pode ser resolvida em alguns anos, é o transporte público para aeroportos distantes, como Cumbica, em Guarulhos (SP). Ou até o Galeão, no Rio de Janeiro, e Confins, em Belo Horizonte (MG).
No dia em que houver metrô ou trem-bala até esses aeroportos e mais cobrança dos prestadores de serviços nesses locais, a qualidade de vida dos passageiros estará em céu de brigadeiro. E o turismo ganhará motivos verdadeiros para que todos relaxem.
E, por último, mas não menos importante, que voltem os juizados especiais mesmo sem crise aérea, pois justiça rápida é direito, não luxo.
O acesso à internet é um bom primeiro passo, sem a demagogia eleitoral dos que prometem o que não fizeram, quando podiam fazê-lo.

http://mariainesdolci.folha.blog.uol.com.br/


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