São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2007

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Cobaia (experiências e testes de consumidores)

Cabeça nas nuvens

Saem as plumas, entra a tecnologia: saiba qual travesseiro ganha cinco estrelas nesta comparação feita pelo ortopedista do HC

CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL

Poucas coisas são tão valorizadas, nos dias de hoje, quanto uma boa noite de sono depois de um cansativo dia de trabalho. As apostas dos fabricantes de travesseiros partem desse princípio e vão além, muito além: fazem pesados investimentos em tecnologia e alguns usam até mesmo materiais desenvolvidos pela Nasa, agência espacial norte-americana.
"Se a pessoa se sente desconfortável por causa de um travesseiro muito alto ou muito baixo, o sono pode ser fragmentado e induzir o despertar", explica Ana Karla Smith, 38, neurologista do Instituto do Sono da Unifesp.
O ortopedista Alexandre Fogaça, 33, do grupo de coluna do Hospital das Clínicas de São Paulo, avaliou os modelos com tecnologia mais avançada de três marcas: o Manhattan, da Copespuma; o Sono e Saúde, da Altenburg; e o Altura Regulável Nasa, da Duoflex.
"O principal em um travesseiro é a altura", afirma Fogaça. Ele explica que o tipo mais adequado vai depender da maneira como a pessoa dorme, seja de lado, seja de barriga para cima -não é recomendado que se durma de bruços. "O correto é que a coluna fique totalmente reta", diz.

Sonho de astronauta
O produto mais bem avaliado foi o modelo Altura Regulável Nasa, da Duoflex, justamente por conta da característica enunciada em seu nome.
Com quatro níveis possíveis de altura, é adequado tanto para quem dorme de lado como para quem dorme de barriga para cima, segundo o ortopedista Alexandre Fogaça.
Esse travesseiro é feito de visco-elástico, mesmo material usado nas roupas dos astronautas. Mas se para o marketing isso é o principal, para o médico o material importa menos que o fato de ele ser regulável. Além desse diferencial, o produto tem uma estrutura média (nem muito fofo, nem muito rígido), o que garante a sustentação e o conforto recomendados, segundo Fogaça.

Bom, mas não para todos
O modelo, Sono e Saúde, da Altenburg, empatou com o Manhattan, no segundo lugar. O travesseiro, feito de fibras siliconizadas e íons de prata, foi considerado bom.
Mas apesar de toda essa alta tecnologia, ele perdeu pontos no teste por não ter altura ajustável como os outros dois concorrentes.
"Esse travesseiro é mais baixo, e não é muito acertado para quem dorme de lado", explica o ortopedista do HC. Por outro lado, segundo Fogaça, o modelo tem bom desempenho no caso de pessoas que dormem de barriga para cima. "Ele é o menos estruturado, então afunda mais". Tradução: é bem gostoso.

Sobra molejo, falta conforto
O Manhatan é feito com molas ensacadas revestidas com fibras siliconizadas.
Noves fora, a principal vantagem é que dá para retirar o recheio de molas, seu diferencial. Assim, o consumidor fica com duas opções de altura: uma adequada para quem dorme de lado (com as molas) e a outra para quem dorme de barriga para cima (sem as molas).
O médico considerou esse travesseiro o mais estruturado e o menos confortável dos três modelos avaliados.


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