Loja em Pinheiros é boa alternativa para comprar presentes e equipar a casa com o básico, gastando pouco

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nos anos 90, a rua Cunha Gago, em Pinheiros, era conhecida como "o paraíso da mãe pobre": o lugar para comprar macaquinhos de bebê por dúzia e arrematar lotes de fraldas baratas. No mesmo espírito, o quadrante abriga a Preçolândia, que vende brinquedos, cama, mesa e banho, eletrodomésticos, papelaria e "presentes" -e ameaça, desde o nome, bater uma concorrência que já é bem barateira.
A loja fica no ponto um dia ocupado pelo Yohan, magazine japonês que aportou em São Paulo nos anos 70 vendendo coisas então prodigiosas, como sombrinhas que abriam automaticamente e chicletes em forma de bolas coloridas. Embora não seja nenhum paraíso -a mercadoria fica meio jogada, as vendedoras perseguem o cliente pelos corredores, e o estacionamento conveniado é cavernoso-, a Preçolândia tem lá seu lugar no coração da dona-de-casa dura.
É garantia de sucesso, por exemplo, em missões quase impossíveis, como adquirir presentes de criança legais com verbas exíguas. Além de guitarras elétricas (R$ 50) e mordedores de borracha (R$ 12), vende itens à beira da extinção, como o peixe laranja para levar à praia, da Rosita (R$ 6) e a cesta de piquenique recheada de miniaturas de produtos alimentícios, da Elka (R$ 9,80). Há clássicos também em outros setores, como o cobertor Parahyba quadriculado tradicional, com menino de touca na embalagem (R$ 54).
Até mais do que os clássicos, o forte da Preçolândia são as soluções baratas, porém dignas e bonitinhas, para grandes problemas do lar. Os faqueiros Tramontina com cabo plástico de cores ótimas, vendidos em potes; os jogos de jantar de cerâmica com estampa floral decente, de 42 peças (R$ 199); os edredons 100% algodão, coloridos e lisos (ufa!); e as famílias de organizadores, caixas de plástico colorido com e sem tampa, empilháveis ou não, de vários tamanhos. Nesse setor, aliás, em que a loja dá banho em concorrentes pesos-pesados, tipo Leroy Merlin.
Oxalá, num dia próximo, esse recorte mais moderno, que combina utensílios de preço baixo e design animado, tome a loja. Na configuração atual, a Preçolândia ainda divide espaço demais com ícones de ascensão social do século passado, como panelas para fondue, baixelas e cristais indizíveis.