São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2008

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CRÍTICA DE LOJA [questão de gosto e opinião]

DISCUTINDO A RELAÇÃO

Fnac inova em cine-foto-som, mas no relacionamento...


Aos candidatos ao crédito, a loja reserva esperas tortuosas e explicações nada transparentes

Rodrigo Paiva - 06.jul.06/Folha Imagem
Detalhe do setor de eletroeletrônicos da Fnac do bairro de Pinheiros

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Antes uma atração turística parisiense mais obrigatória do que a Torre Eiffel, a Fnac veio em 1999 nos tirar da indigência no setor um dia conhecido como "cine-foto-som".
Com sua oferta ampla, mas única, seu convite irrestrito ao "toque, sinta" e a forma genial de tirar partido de tecnologias e conteúdos à venda para criar uma experiência de imersão, a rede francesa foi um avanço de anos-luz em relação ao que havia por aqui no gênero. Notadamente, velhas lojas de vinil, que haviam feito mal a transição para o CD, e megastores de cintura dura, tipo Saraiva.
Oferecendo alento em forma de consumo cultural e tecnológico até tarde, também aos domingos e feriados, a loja-programa cresceu e se multiplicou no Brasil. Criou um comércio virtual competente, com promoções de equipamentos de penúltima geração e uma curiosa oferta diferenciada, que vai de "pen drives" com cara e preço de "toy art" a uma coleção de CDs de música brasileira por R$ 9,90 cada, incluindo a trilha sonora de "Vila Sésamo". E continua abrindo frentes, atrás de uma demanda que considera longe de saciada; pelo formigueiro humano em que se transformam as lojas no fim de semana, eles devem saber.
Curioso, para não dizer chato, é que a rede mostre uma face tão menos moderna a quem vai comprar algo de porte maior. Aos candidatos ao crédito, reserva esperas tortuosas e não-explicações do tipo "o vendedor ainda não liberou sua pré-venda". Aos incautos que são convencidos das vantagens de um equipamento, apenas para descobrir que não há nenhum no estoque, oferece 5% de desconto no produto de mostruário, quando o razoável seria ao menos o dobro. No último sábado, em Pinheiros, uma consumidora ia à beira de um ataque de nervos ao receber um aparelho de som de R$ 1.500 embrulhado em plástico-bolha e com acessórios a menos.
Como no episódio recente dos clientes que perderam o cartão Fnac sem qualquer aviso, por terem ignorado, inadvertidamente, a cobrança da anuidade -que a loja enviou à parte da mensalidade do cartão-, em que não apareceu ninguém para tentar resolver o problema, ou mesmo pedir desculpas. Isso sim é que o consumidor chamaria de "relacionamento" útil.


ONDE ENCONTRAR
Fnac
pça. dos Omaguás, 34, Pinheiros tel. (11) 3579-2000, São Paulo www.fnac.com.br


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