São Paulo, sábado, 27 de fevereiro de 2010

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MARIA INÊS DOLCI [defesa do consumidor]

Pequenos gastos que nos devoram


Temos que aproveitar descontos verdadeiros, como os dos convênios entre seguros de carros e estacionamentos


NÃO IMPORTA A faixa de renda, todos reclamamos sempre que falta dinheiro para fazer frente às nossas despesas mensais.
Um dos motivos é a absurda carga tributária do Brasil, principalmente os impostos que pagamos sem ver, embutidos nos preços de produtos e serviços. Tudo somado representa algo como R$ 4 de cada R$ 10 de toda a riqueza nacional, o PIB.
Há, também, oligopólios e monopólios que forçam os preços para cima, pelo fato de dominarem, livremente, segmentos da economia. Fusões e aquisições de empresas só pioram esse quadro.
Mas há algo que poderíamos fazer, diariamente, sem grande esforço: controlar nossos gastos, as pequenas contas que, ao final de um mês, podem estourar nosso orçamento.
Começando pelo endividamento, que, em inúmeras parcelas, parece suave. Em 2009, segundo dados do Banco Central, a pessoa física (eu, você, leitor, leitora) passou a dever 19,7% a mais.
Então, pagar um financiamento por três ou quatro anos significa engessar aquele percentual da renda pelo mesmo prazo.
Torramos dinheiro com automóveis. É comum, hoje, uma família com pai, mãe e dois filhos jovens ter quatro ou mais carros. Tudo se multiplica pelo número de veículos: combustível, manutenção, estacionamento, IPVA e outros impostos.
Comprar sem comparar preços é pedir para pagar mais caro, até o dobro, em alguns casos. Quase sempre, planejar as compras nos permite obter descontos e preços promocionais, principalmente em viagens aéreas ou na aquisição de bens vinculados à estação do ano, como aparelhos de ar-condicionado, que ficam mais caros no verão, obviamente.
Mas um dos maiores escoadouros de dinheiro está no lazer. Em bares e restaurantes, animados pela comida e pela bebida, gastamos o que temos e o que não temos. Parece pouco, mas faça as contas: duas saídas semanais, que nos levem R$ 300, custarão R$ 1.200 ao final de um mês.
O lazer em casa pode ser a opção para reduzir esses números. Há horários de sessões de cinema, por exemplo, que permitem que você almoce antes ou depois do filme, em casa, evitando gastos em cascata.
Celulares e TVs por assinatura nos comem partes consideráveis da renda. Muitos consumidores têm dois ou três celulares. E os usam indiscriminadamente. Que tal solicitar, de sua operadora, uma avaliação do seu plano, para ver se não haveria outro mais adequado ao seu perfil de gastos? Em tempo de portabilidade, pode dar certo.
Um amigo cancelou a TV a cabo. Por um motivo forte: raramente fica em casa, pois tem uma agenda repleta de viagens de trabalho. Ou seja, pagava e nada assistia.
Temos, também, de aprender a aproveitar descontos verdadeiros, propiciados por milhagens de cartões de crédito, convênios entre seguros de carro e estacionamentos e da Nota Fiscal Eletrônica.
Você identificou outros ralos para o seu dinheiro? Então feche-os, o quanto antes.


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