Marca de moda italiana recém-chegada ao Brasil lança aqui sua linha de acessório para casa

Rodrigo Capote/Folha Imagem

Peças da nova coleção "home" da loja da grife Missoni, aberta no shopping Iguatemi, em São Paulo

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para uma marca de luxo, a Missoni até que é bem animada. A primeira loja brasileira, aberta em dezembro, destoa da vizinhança pela estética exuberante dos padrões geométricos e das estampas coloridas. Também não reza pela cartilha pseudominimalista que as outras adoram: o produto é farto e fica em araras -não em pedestais. Os preços são ligeiramente menos loucos, o que não ajuda muito. Tome o kit praia, com túnica, sandália, óculos escuros e toalhas: total R$ 9.416.
Nada que soe tão escandaloso em um quadrante do Iguatemi onde já haviam fincado suas bandeiras as grifes Louis Vuitton e Christian Louboutin. Aliás, aparentemente, nada que espante alguém mais, além de mim. Na véspera do lançamento da linha casa da marca, semana passada, as vendedoras mantinham edredons, jogos de cama, mantas e velas escondidos no estoque, para evitar que sumissem antes da hora do coquetel. "Havia uma demanda por Missoni", jura uma delas.
Criada nos anos 1950, a marca italiana ficou famosa pelos tricôs e tecidos tramados com fios que eles mesmos tecem e tingem em padrões maravilhosos, como o clássico ziguezague. Cult nos anos 1970, renasceu nos 90, quando os donos tiveram o estalo de estender excelência têxtil e o design arrasador das suas roupas, sempre casuais, para lençóis, toalhas, móveis e luminárias.
Para quem pode, a amostra da Missoni casa, que agora engorda a oferta local, é diversão garantida. Mantas e almofadas combinam cores, bordados e transparências em estampas geométricas, florais ou abstratas, sempre incríveis. Os móveis têm desenho esperto, as louças são de matar. A versão feita com fios do candelabro de cristal é um achado impagável (impagável mesmo, já que custa R$ 10 mil).
Admiráveis esses Missonis, que criam coisas para agradar aos olhos (e ao tato), e não para carregar de forma ostensiva valores decadentes de poder e exclusividade. No mercado do luxo, um luxo de fato.