São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

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MARIA INÊS DOLCI [defesa do consumidor]

COM PRESENTE NÃO SE BRINCA


Nem marcas famosas nas quais sempre se confiou estão isentas de apresentar problemas que as obriguem a convocar recall

DAQUI A 15 DIAS , pais, tios e padrinhos entregarão presentes para filhos, sobrinhos e afilhados. Desculpem o trocadilho, mas comprar brinquedos não é brincadeira.
Afinal, escolher presentes para consumidores mirins é uma responsabilidade grande: os brinquedos têm que caber no bolso de quem compra, agradar aos presenteados e oferecer segurança total.
Além disso, não se deve comprar brinquedos e jogos que estimulem a violência ou o desrespeito para com familiares e amigos, entre outras práticas nocivas. Presentear crianças deve ser um hábito de consumo consciente.
Você deve ter concluído que é muito difícil escolher um bom presente no Dia da Criança. Pois é, você tem razão. Nem marcas famosas, nas quais sempre se confiou, estão isentas de problemas que as obriguem a convocar recall. Então, o passo-a-passo mais adequado é:
1. Consulte as crianças, peça que indiquem três brinquedos ou jogos que gostariam de ganhar (mas deixe claro quantos poderá comprar);
2. Depois de conhecer os desejos da criançada, faça uma boa pesquisa de preços, inclusive em sites que comparem as ofertas de vários estabelecimentos;
3. Caso você opte por uma loja virtual, informe-se sobre a opinião de quem já comprou lá, repare se há mais reclamações que elogios e verifique se o site é seguro;
4. Avalie se a criançada não escolheu brinquedos ou jogos que contrariam seus valores ou a forma pela qual são educadas por seus pais;
5. Verifique se os produtos são seguros e de acordo com a idade dos presenteados;
6. Para menores de cinco anos, redobre cuidados em relação a peças pequenas, que podem causar acidentes se engolidas ou colocadas no ouvido, no nariz e nos olhos;
7. Não use o crédito rotativo do cartão para financiar presentes com juros absurdos;
8. Considere se o presente não implicará gastos excessivos aos pais da criança, por exemplo, com alto consumo de pilhas e de eletricidade ou compra compulsória de mais jogos;
9. Lembre-se de que nem sempre o brinquedo ou jogo mais caro é o mais divertido para a criança. Se não puder comprar os presentes sugeridos, tente surpreendê-los com outros, mais criativos, seguros e ao alcance de seu bolso;
10. Evite tudo que puder provocar atritos entre irmãos e colegas.
Presentear é um ato que traz muita satisfação para quem ganha e para quem dá o presente. Lamentavelmente, quando há grande carência de alimentos, roupas etc., é óbvio que os pequenos ficam sem brinquedos.
Por isso, uma sugestão: se tiver condições financeiras, realize o sonho de uma ou duas crianças que, de outra forma, jamais ganhariam um brinquedo. Esse presente será mais para você do que para elas.

http://mariainesdolci.folha.blog.uol.com.br


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