|
Próximo Texto | Índice
Presentes até 20 reais
Quem tem nomes demais na lista de Natal pode fixar um limite
para cada lembrança. A reportagem ouviu gente de várias áreas e
correu lojas atrás de coisinhas boas e baratas
CHANTAL BRISSAC
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Acostumado à palavra "crise", o brasileiro nunca reagiu a
ela de forma decidida. "Agora
será diferente", diz a pesquisadora Rosa Alegria, do Núcleo de
Estudos do Futuro da PUC- SP.
"Hoje há uma justificativa racional, que mostra a fragilidade
do consumo exagerado. A classe média não se pauta mais pelo
rico que compra corrente de
ouro para o cão, mas sim pela
simplicidade e a inteligência".
Não é assim tão simples, afirma o psicanalista Jorge Forbes.
"O brasileiro viveu muitos anos
com a sensação de que não precisava poupar, deveria gastar,
porque o dinheiro não valia nada. Vivemos com a idéia de que
é possível se esbaldar no presente porque o futuro está assegurado. Não caiu a ficha de que
o futuro já chegou. É preciso
mudar essa mentalidade e agir
de forma responsável também
nessa área", afirma. Para Forbes, compras singelas são bem-vindas, mas nem sempre se
aplicam à realidade. "A moçada
é consumista. É muito bonitinho dar bandana de presente,
mas uma mãe que presentear a
filha com bandana corre o risco
de receber uma banana."
Próximo Texto: Se vira nos vinte: Quem vai dar o quê para quem Índice
|