São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2008

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A construção do luxo brasileiro

DA REDAÇÃO

A sustentabilidade está no pano de fundo das novas direções projetadas para 2009 e 2010. Se um ano atrás essa história era só um discurso, agora é "mainstream". "Sustentabilidade perpassa todas as tendências e cria uma tensão permanente no campo do consumo", diz o sociólogo Dario Caldas.
Essa tensão, para não dizer paradoxo, grita na tendência apelidada de "luxo 2.0" pelo Observatório de Sinais; ela é uma das correntes "cerebrais" descritas na pesquisa, junto com o "não-contemporâneo" e o "complex-multiplex".
A consultoria projeta para já uma reelitização do luxo, que reage à democratização desse mercado com um apelo "mais intelectualizado e menos propenso a explorações sensoriais gratuitas, agora percebidas como simples atrativos mercadológicos", segundo Caldas. Ele vê um novo patamar de luxo emocional, a busca de uma "sensorialidade sustentável".
Nesse outro patamar, um shopping, por exemplo, vai se preocupar não só com a sua implantação, mas em construir links com o público-alvo, a rua, o bairro e a cidade, agindo como elemento de revitalização do espaço público e sendo mais participativo -como a internet 2.0. Opostos a Daslu e companhia, devem vir outros grandes empreendimentos luxuosos por aí. Mas esses terão papel primordial na construção de marcos urbanos comprometidos com o espírito do tempo, e não perdidos no anacrônico estilo "neoclássico'", diz o estudo.
O que há de mais interessante na redefinição do luxo que está em curso, afirma Caldas, vem do lado da oferta, não da demanda. "Marcas e empreendimentos tentam construir uma identidade de luxo brasileira. E quem mais avançou nessa discussão foi a moda". Para o Observatório de Sinais, os últimos desfiles das marcas Osklen e Maria Bonita são puro exemplo de "luxo 2.0". (HH)


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