São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 2009

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Aluno de escola privada carrega mais peso extra

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A fisioterapeuta Susi Mary de Souza Fernandes, da USP, estudou por quatro anos o efeito do uso de mochilas em 99 crianças e chegou à conclusão de que as mochilas com carrinho são mais prejudiciais à postura dos pequenos do que as carregadas nas costas. A com rodas costuma ser puxada com apenas um braço, o que causa uma assimetria postural, afirma a fisioterapeuta. A estrutura do carrinho também torna esse tipo de mochila mais pesado do que o sem rodas.
Para o ortopedista Moisés Cohen, livre-docente da Unifesp , ambos os modelos podem ser usados sem problema. Segundo ele, o carrinho, que já foi tido como melhor opção, perdeu o favoritismo depois que os movimentos que a criança precisa fazer, por exemplo, para levantá-lo do chão, começaram a ser levados em conta. "Com precaução, a mala com rodas pode ser usada", diz.
A norma para a mochila da vez é simples: crianças em idade escolar e adultos devem carregar no máximo 10% de seu peso nas costas. É só dividir o peso corpóreo por dez.
O ortopedista Sérgio Nicoletti, da Unifesp, explica que o uso de mochilas pesadas demais pode desequilibrar a criança e causar tombos. Para evitar problemas, a mochila deve estar apoiada em toda a dimensão das costas, com o peso distribuído. Ele recomenda afivelar a alça de barriga, para dar apoio à coluna, e levá-la na frente do corpo em dia de sobrepeso.
Mas o sobrepeso deve ser exceção, e não regra. Em estudo apresentado em 2008, a fisioterapeuta Patrícia Giusti, da Universidade Católica de Pelotas, pesou mochilas de alunos da primeira à oitava série do ensino fundamental, por seis meses. Ela constatou que 38,2% carregavam mais peso do que o recomendado. Nas escolas particulares, o índice de alunos sobrecarregados foi de 68,6%, contra 9,3% das públicas. "Muitas vezes, o peso de supérfluos era maior que o do material escolar", diz Patrícia. (CF)


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