CINEMA

Os Sem-Floresta

DreamWorks volta à floresta em novo desenho

Sandro Macedo

Parece cada vez mais distante o tempo em que os desenhos em longa-metragem feitos mais artesanalmente, como "A Dama e o Vagabundo" ou "A Pequena Sereia", dominavam os cinemas. "Os Sem-Floresta", que estréia hoje, engrossa o coro da animação digital, que só neste ano já levou às telas "A Era do Gelo 2" (maior público brasileiro do ano) e "Carros" (maior bilheteria da última semana).

Nova arma da DreamWorks Animation, o filme visita mais uma vez o mundo animal explorado na última temporada por "Madagascar" (da mesma produtora).

Neste, RJ, um guaxinim descolado, perde a comida de um urso quando tentava roubá-la e passa a ser pressionado pelo bichão para recuperá-la. É aí que ele encontra uma turma de pequenos animais ingênuos, liderados pela tartaruga Verne. Eles moram numa floresta que, durante o inverno, foi invadida por um conjunto habitacional. A presença dos seres humanos coloca a bicharada em polvorosa, com exceção de RJ, que já tem um plano para tirar a comida dos moradores e salvar o próprio pêlo.

Dirigido por Tim Johnson e Karey Kirkpatrick, o longa inspirado nas tirinhas criadas por Michael Fry e T. Lewis tem a fórmula perfeita para lucrar também fora do cinema: personagens simpáticos que rendem brinquedos e outras quinquilharias. Aliás, como em "A Era do Gelo", coincidentemente um esquilo hiperativo rouba a cena do filme.

Para atrair o público adulto, foram convocados vários astros (o que virou tradição desde que Robin Williams deu show em "Aladdin", de 1992), como Bruce Willis, Nick Nolte, Steve Carell e até Avril Lavigne. Mas os espectadores paulistanos vão sofrer para ver a versão original, em cartaz apenas nas últimas sessões de quatro salas. Quem não conseguir terá que se contentar com a voz de Preta Gil, que dubla uma gambá na versão em português.