CINEMA

Futebol nas telas

Comédia relembra final da Copa de 2002

Sérgio Rizzo

"Futebol é um jogo para imbecis", diz um pastor (supostamente norte-americano) de uma igreja evangélica, adepto do beisebol, a um grupo de índios amazônicos em "A Grande Final". Não é frase inteligente para quem deseja conquistar fiéis em um país como o Brasil.

Como o filme quer demonstrar, também não seria conveniente dizer o mesmo em lugares tão distintos quanto a Mongólia e o Níger. A estréia na ficção do documentarista espanhol Gerardo Olivares é uma comédia ambientada em 30 de junho de 2002, quando Alemanha e Brasil se enfrentaram em Yokohama (Japão) pela final da 17ª Copa do Mundo.

Em respeito aos extraterrestres e aos muito esquecidos, omita-se aqui o resultado -embora uma versão de "Aquarela do Brasil" sugira, ao longo do filme, qual será o desenrolar dos fatos. No Brasil, na Mongólia e no Níger, dezenas de pessoas enfrentam dificuldades para assistir à partida.

Quando conseguem se posicionar diante de uma televisão, torcem por uma das seleções, mesmo que não saibam meia palavra de português ou de alemão. O resultado lembra o que o documentário "Todos os Corações do Mundo" (95) faz com a final da Copa de 1994, mas, sobre fanatismo, fica muito aquém dos monges tibetanos de "A Copa" (99).