CINEMA

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ESTREIA Late Bloomers - O Amor Não Tem Fim

Julie Gavras usa humor para retratar a velhice

Fernando Masini

"Late Bloomers - O Amor Não Tem Fim", que estreia hoje (dia 11), é um drama cômico da francesa Julie Gavras, filha do diretor grego Costa-Gavras, um dos principais nomes do cinema político europeu. A abordagem é branda, mas aponta para uma questão delicada: que papel os idosos ocupam na sociedade contemporânea?

A italiana Isabella Rossellini interpreta Mary, uma professora aposentada na crise dos 60 anos que tenta se adequar à dinâmica do mundo atual. Quer ser útil, arrisca-se como voluntária, encara aulas de hidroginástica para matar as rugas e o tédio e tenta atrair olhares de homens mais moços. É um prazer vê-la na tela, tirando sarro de sua velhice.

William Hurt divide a cama e a trama com ela. Adam é um arquiteto premiado, meio ranzinza, que auxilia jovens no projeto de um museu em Londres. Também em crise devido aos cabelos brancos, muda o visual (moletom e tênis) e vara a noite no trabalho movido a bebidas energéticas.

A relação do casal emperra, os dois se afastam e buscam novos ares. Para tentar uma reaproximação, entram em cena os três filhos. Assim como em "A Culpa É do Fidel" (2006), Gavras retrata aqui personagens deslocados, ávidos por um lugar na sociedade.