Índice O ROTEIRO MAIS COMPLETO
DE SÃO PAULO
Guia da Folha
 

DE 12 A 18 DE JANEIRO DE 2007

 

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CINEMA

Mais Estranho que a Ficção

Trama melancólica conta com bom elenco

Christian Petermann

O ator Will Ferrell ("A Feiticeira"), em seu novo trabalho, "Mais Estranho que a Ficção", entra em terreno recentemente dominado por Jim Carrey, o de "dramédias", em que os protagonistas se vêem numa situação surreal e tentam tomar controle de suas vidas. Foi assim com Carrey em "O Show de Truman" e "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças". E é curioso como o roteiro do novato Zach Helm apresenta idéias pinçadas de cada um desses filmes.

Ao assumir esse texto, parece que o cineasta Marc Forster ("Em Busca da Terra do Nunca") se sentiu como Spike Jonze ou Michel Gondry diante de uma típica trama de revelações e reviravoltas escrita por Charlie Kaufman (autor de "Brilho Eterno"). Mas o universo de Kaufman é cínico e debochado, enquanto o de Helm é romântico e melancólico. A diferença se faz notar no tom da narrativa e, em especial, na interpretação de Ferrell.

Ele é Harold Crick, um solitário cobrador do Imposto de Renda, profissão odiada por todos. É um apalermado, que passa a ouvir uma voz narrando gestos e fatos de sua vida mecânica e sem graça.

O espectador logo descobre que a voz pertence à escritora Kay Eiffel (Emma Thompson), que enfrenta sério bloqueio criativo. Essa narração onipresente e imprevisível interferirá na rotina de Crick e fará seu caminho cruzar com o de seu interesse amoroso, a doce confeiteira Ana Pascal (Maggie Gyllenhaal). Mas ele precisará agir quando a voz fala em sua morte.

No mundo da literatura e dos tipos anônimos, Forster e Helm contaram com ótimo elenco para erguer mais um elogio às iniciativas transgressoras. Se o espectador raciocinar, a premissa se torna impossível de engolir. Seu maior defeito é chegar tarde num filão já explorado com qualidade.
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