TEATRO

NOVIDADE | O Dia em que Sam Morreu

Peça escancara falta de ética e abuso de poder

Fabiana Seragusa

Todo mundo está insatisfeito, mas ninguém reage. É essa premissa que leva o instrumentador cirúrgico Samuel a tomar coragem, pegar uma arma e invadir o hospital onde trabalha.

"O Dia em que Sam Morreu", que estreia nesta sexta (17) no Sesc Consolação, mostra não apenas esse surto do rapaz, cansado da maneira asquerosa com que é tratado pelo cirurgião-chefe Benjamin, mas também aborda outras histórias que questionam a ética.

"O que te faz aceitar uma situação? Todo mundo tem interesses, mas a qualquer preço?", indaga Otto Jr., que interpreta Benjamin, um médico turrão, com ego inflado e que faz o que for preciso para subir na carreira. "Muitas pessoas, embora incomodadas, se identificam com ele, outras ficam com raiva", diz o ator.

Nos relatos paralelos --e que se cruzam no dia fatídico da invasão no hospital-- estão as histórias de uma mulher doente que tem a chance de burlar a fila de transplante e a de um velho palhaço que sofre do mal de Alzheimer.

O desfecho do drama vai e volta, levantando questões duras sobre um sistema corroído.

Esse espetáculo da Armazém Companhia de Teatro, dirigido por Paulo de Moraes --autor ao lado de Maurício Arruda Mendonça--, estreou em abril em Curitiba e foi premiado nos festivais de Avignon (França) e Edimburgo (Reino Unido).

No elenco também estão Jopa Moraes, Lisa Eiras, Marcos Martins, Patrícia Selonk e Ricardo Martins.

Sesc Consolação - Teatro Anchieta - r. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, região central, tel. 3234-3000. Estreia 17/10. Sex. e sáb.: 21h. Dom.: 18h. Até 23/11. 90 min. Não recomendado para menores de 14 anos. Ingr.: R$ 12 a R$ 40. CC: D, M e V. Ingr. p/ sescsp.org.br. a i