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15/11/2011 - 07h05

Casa da poeta Elizabeth Bishop em MG não tem compradores

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RAQUEL COZER
ENVIADA ESPECIAL A OURO PRETO (MG)

A casa em que a poeta americana Elizabeth Bishop (1911-1979) viveu em Ouro Preto, nos anos 1960 e 1970, não atraiu nenhum interessado desde que foi colocada à venda, no início do ano, por R$ 3,8 milhões, disse à Folha José Alberto Nemer, irmão da atual proprietária.

Em debate na sexta sobre a poeta, no Fórum das Letras de Ouro Preto, que termina hoje, o artista plástico disse ter considerado um "fiasco absoluto" o trabalho do escritório paulistano da Sotheby's.

Nemer criticou o trabalho da casa de leilões, responsável pela negociação. "Trabalharam mal do início ao fim."

Procurado pela Folha, o escritório informou que vender um patrimônio histórico "demora" e que conversas iniciadas não evoluíram.

"Não é simples como vender um apartamento de R$ 2 milhões, que você vende toda semana", disse a diretora administrativa Cibele de Lucca.

A casa, com mais de 500 m² de área construída e 7.000 m² de propriedade, foi comprada em 1982 por Linda Nemer e vem sendo mantida e usada em finais de semana pela família.

É uma das mais antigas de Ouro Preto, do início do século 18, e está mobiliada como Bishop a deixou --há inclusive utensílios de cozinha da época, como balança e cadernos de receitas.

Com o centenário da poeta, Linda e José Alberto, que foram amigos de Bishop, disseram acreditar que era o momento para fazer do lugar um centro cultural.

Antes de recorrerem à Sotheby's, procuraram pessoas ligadas à memória de Bishop, mas receberam só "cartas encorajadoras".

A preocupação é não vender a casa a "comerciantes enriquecidos" da região. "Enquanto não encontramos quem queira mantê-la como está, preferimos continuar usufruindo dela."

No domingo, em outro debate no Fórum das Letras, o tradutor Berthold Zilly comparou o destino da casa com o daquela em que viveu a mãe do escritor alemão Thomas Mann (1875-1955), Julia, em Paraty --embora a casa de Bishop esteja bem conservada, ao contrário da outra.

"Deveriam ser criados centros culturais para preservar essa memória."


A repórter RAQUEL COZER viajou a convite da organização do Fórum das Letras de Ouro Preto.

 

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