Nova novela da Globo discutirá surgimento de favelas e chegada do samba no Rio

A Globo já deu início à produção de "Lado a Lado", título provisório de sua nova novela das seis, que estreará no dia 10 de setembro. A trama vai se passar no início do século 20 e mostrará o surgimento das favelas cariocas e a chegada do samba no Rio de Janeiro.

"Vamos abordar o período de formação do espírito e da informalidade cariocas", disse Claudia Lage à Folha. Ao lado de João Ximenes Braga, ela estreia como autora principal de um folhetim. A supervisão do texto é de Gilberto Braga.

A novela será protagonizada por Lázaro Ramos, Camila Pitanga, Marjorie Estiano e Thiago Fragoso. Patrícia Pillar, a Flora de "A Favorita" (2008), será mais uma vez vilã.

HISTÓRIA

Segundo João Ximenes, a história de "Lado a Lado" vai mostrar a emancipação feminina e a mudança dos costumes e valores da sociedade. Camila Pitanga será Isabel, filha de escravos, que já nasceu livre e tenta buscar um lugar na sociedade.

Ela é casada com Zé Maria (Lázaro Ramos) e reside em um cortiço que será demolido. O casal, então, vai se mudar para o Morro da Providência, formando a primeira favela da cidade.

Na outra ponta está Laura (Marjorie Estiano), que é filha de uma ex-baronesa de café decadente, Constância (Patrícia Pillar). A jovem também quer ser livre e trabalhar, mas sua mãe não permite. "Para Constância, a escravidão e o Império eram o melhor dos mundos. Ela é uma mãe que ama os filhos, mas não enxerga os outros. Passará como um trator por cima das pessoas para atingir seus objetivos", falou o autor.

COTA

Milton Gonçalves, Zezé Barbosa, Sheron Menezzes e Marcelo Mello são outros destaques do elenco negro da trama. Segundo os autores, cerca de 40% do elenco de 40 atores será de afrodescententes.

"Vamos falar do racismo, mas também do surgimento do orgulho negro. Mostrar a vinda do samba da Bahia para o Rio, a capoeira e essa primeira geração de negros nascidos livres. Mas é uma novela. Será a nossa visão desse período histórico, com muito romance", disse Cláudia Lage.