Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/07/2012 - 03h36

Empresas apostam na evolução de quadrinhos digitais para tablet

Publicidade

RODRIGO SALEM
DE SÃO PAULO

O mundo dos quadrinhos é uma constante revolução. Um personagem está vendendo mal? Mandam matar. O substituto parou de chamar atenção? Criam uma desculpa e trazem o original de volta.

No mundo real, contudo, a indústria dos gibis é retrógrada. Mudanças são tratadas com desconfiança e o mercado está estagnado em torno de US$ 650 milhões (R$ 1,3 bilhão) há seis anos. Mas há uma luz no fim do túnel, ou melhor, na tela dos tablets.

Com a popularização dos iPads e similares, abriu-se um terreno fértil para os quadrinhos digitais nos Estados Unidos. Ficou muito mais fácil ler um gibi no tablet, sem precisar se locomover até uma loja especializada.

O ComiXology é o líder entre aplicativos para distribuição e leitura de gibis em tablets no mundo. Em 2009, dois anos depois de sua criação, rendeu US$ 1 milhão. Em 2011, o faturamento pulou para US$ 25 milhões. Em 2012, a previsão é de que o negócio bata nos US$ 70 milhões.

"Enquanto o impresso cresce um pouco, o digital cresce muito", diz David Steinberger, presidente da empresa.

No primeiro semestre de 2012, os quadrinhos impressos nos EUA cresceram 18% em relação a 2011, de acordo com o site The Comics Chronicles.

"É incomum. Geralmente, o mercado físico encolhe. O que fizemos foi abrir as vendas para o público. Hoje, você está no Brasil e pode ler uma revista em segundos", lembra Steinberger.

O sucesso dos quadrinhos para tablets está atraindo projetos que pretendem revolucionar a mídia. Enquanto no ComiXology o leitor toca na tela para passar a "página", o recém-lançado aplicativo Madefire esquece qualquer tradicionalismo em HQs batizadas de "motion books".

Esses gibis pós-modernos têm trilha sonora, onomatopeias sonorizadas e desenhos em 360 graus, mas ainda precisam do leitor para passar os quadros, os balões de diálogos e controlar a mudança de foco. "A interação ainda existe", conta Dave Gibbons ("Watchmen"), um dos gurus artísticos da Madefire.

"Há oportunidades maiores do que escanear as revistas e vendê-las. Disponibilizamos as ferramentas para os artistas criarem novas histórias", afirma Ben Wolstenholme, presidente do Madefire, alfinetando o ComiXology.

Quem baixa o aplicativo no iTunes tem seis opções grátis de títulos que exploram bem os recursos, mas engatinham em qualidade narrativa.

A iniciativa de elevar a arte para o futuro não é só de investidores independentes. A gigante Marvel, ao lançar "Avengers vs. X-Men", aproveitou para estrear a linha digital Infinite, de graça.
Nela, a cada toque na tela do tablet, quadros se modificam e balões surgem. "É a primeira vez que criamos uma revista em quadrinhos para aparelhos portáteis", disse o editor da Marvel, Axel Alonso, ao "New York Times". Primeira, mas longe de ser a última.

Editoria de Arte/Folhapress
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página