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Crítica: Mostra aponta a vital relação entre os artistas e o seu contexto
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FABIO CYPRIANO
CRÍTICO DA FOLHA
Não deixa de ser um alento para a arte contemporânea o sucesso imediato que se tornou a mostra "Impressionismo - Paris e a Modernidade", em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, em SP.
Impressionismo vive dias de arte pop
Afinal, as 85 obras-primas expostas, reverenciadas em filas permanentes, já foram motivo de descrédito público e avaliações ranzinzas de críticos, como ocorre com a produção atual.
"Impressionismo", com curadoria de Guy Cogeval e Pablo Jiménez Burillo, aponta a vital relação entre os artistas e o seu contexto.
Dividida em sete segmentos, a mostra explora Paris, na passagem do século 19 para o 20, como o local que inspirou um novo olhar artístico e se tornou tema recorrente entre nomes, hoje estelares, como Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir e Edgar Degas.
A modernidade parisiense foi alicerçada sob o signo do deslocamento rápido, da boêmia, do espetáculo. Por isso, "La Gare Saint-Lazare" (a estação Saint-Lazare, 1877), de Monet, se torna tão icônica.
Além de explorar questões como cor e luz, típicas do impressionismo, ela revela uma motivo inusitado para os padrões da época, ao focar num meio de transporte de massas, distante da temática elitista e burguesa da pintura então mais valorizada.
Por sua vez, pinturas como "Concert Colonne" (Concerto Collone), de André Devambez, e "La Troisième Galerie au Théâtre du Châtelet" (a terceira galeria no teatro do Châtelet) apresentam imagens de teatros, com uma nova sensibilidade.
Em vez de retratar seus personagens centrais, isso é, os artistas que atuam nos palcos, tais pinturas representam o cidadão comum, que assim se torna os reais protagonista de Paris.
Rever tais obras no século 21, na era do culto à celebridade, merece reflexão, já que o início da modernidade foi marcado por um sentido inverso.
É o que se percebe, por exemplo, na pintura-símbolo da mostra, "Le Fifre" (o pífano, de 1866), de Edouard Manet, que retrata um jovem músico, sem um fundo realista.
A pintura é inspirada nas obras do pintor barraco Diego Velázquez (1599-1660), conhecido por ironizar a elite de sua época. Os impressionistas criaram definitivos emblemas de seu tempo. A mostra instiga que se busque, agora, procurar os que fazem o mesmo atualmente.
IMPRESSIONISMO - PARIS E A MODERNIDADE
QUANDO de ter. a qui. e dom., das 10h às 22h, e sex. e sáb., das 10h às 23h; até 7/10
ONDE CCBB (r. Álvares Penteado, 112, tel. 0/xx/11/3113-3651)
QUANTO grátis
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