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Cia. do Latão celebra 15 anos de teatro com Brecht
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MARCIO AQUILES
DE SÃO PAULO
Para celebrar seus 15 anos de história, a Companhia do Latão resolveu unir Bertolt Brecht a Sérgio Buarque de Holanda na montagem da peça-ensaio "O Patrão Cordial".
Com o intuito de mostrar a evolução dramática da encenação ao público, abriram as portas do Teatro de Arena Eugênio Kusnet para esta montagem que toma por base a peça "O Senhor Puntila e seu Criado Matti", escrita pelo dramaturgo alemão quando estava em exílio na Finlândia.
Utilizando a "ética de fundo emotivo", de Holanda, como conceito norteador para uma nova dramaturgia, acrescentaram cenas que dotaram a peça de fortes tons de brasilidade.
"Amplificamos a relação de Puntila com os outros empregados. E aumentamos a sua ética emotiva, que muda conforma lhe interessa. Com isso, intensificamos a dimensão melancólica e o potencial político da peça", afirma o diretor Sérgio de Carvalho.
Utilizado por vários grupos brasileiros como referência teórica central ou como fonte dramatúrgica, o teatro de Brecht ganhou vigor cênico com a montagem do grupo.
Lenise Pinheiro/Folhapress | ||
Rogério Bandeira (esq de costas), Helena Albergaria, Adriana Mendonça e Ney Piacentini em cena da peça "O Patrão Cordial" |
Se na Alemanha muitas companhias optam por encenações mais formalistas, tornando às vezes o teatro de Brecht quase hermético, a Companhia do Latão carregou os aspectos do drama social e das relações pessoais.
"Nós discutimos esta subjetividade emocional no Brasil, por meio de uma peça popular, já que abordamos situações de trabalho e convívio em que o público se reconhece", afirma Carvalho.
força no elenco
Com cenário bastante simples, moldado pelos atores para cada cena de acordo com o espaço físico da ação, "O Patrão Cordial" sustenta-se pelas atuações seguras de seus integrantes.
"A peça tem vários planos de ação, isso força os atores a criarem um mundo imaginativo. Desenvolvemos espaços além do palco, por meio da palavra e da música, o que torna o exercício teatral totalmente dependente do elenco e nos obriga a invenções de encenação", diz Carvalho.
O diretor afirma que a peça será modificada ao longo desta curta temporada, aprimorando dicções, criando novas cenas e sentindo a recepção do público do Teatro de Arena Eugênio Kusnet, exato local onde, há 15 anos, surgia a Companhia do Latão.
O PATRÃO CORDIAL
QUANDO sáb., às 20h, e dom., às 19h; até 2/9
ONDE Teatro de Arena Eugênio Kusnet (r. Teodoro Baima, 94)
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