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15/08/2012 - 03h06

Fogo destrói parte de coleção de arte moderna no Rio

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FABIO BRISOLLA
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO
SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Uma das mais importantes coleções particulares de arte abrigadas no país, que incluía obras como o quadro "Samba" (1925), de Emiliano Di Cavalcanti, foi parcialmente destruída na segunda (13) em um incêndio que atingiu a cobertura duplex do marchand e colecionador Jean Boghici, em Copacabana, no Rio.

"Queimou. Tudo bem. Muita coisa se salvou. Outras coisas se queimaram, o que eu posso fazer?", lamentou Boghici ontem, ao deixar o apartamento após vistoria. Ele tentara entrar no imóvel em chamas na segunda à noite, mas foi impedido pelos bombeiros. "Foi uma fatalidade."

"É uma tragédia gigantesca para a cultura brasileira. Era uma das melhores e mais representativas coleções da primeira metade do século 20", disse Washington Fajardo, secretário de Patrimônio do Rio e um dos primeiros a entrar no local após o fogo.

"Estava tudo muito escuro. Eu vi o 'Samba', do Di Cavalcanti, completamente destruído. Consegui ver um 'Bicho' [escultura], da Lygia Clark, no chão", disse Fajardo.

Especialistas ouvidos pela Folha estimaram as perdas em pelo menos R$ 60 milhões. Além da obra de Di Cavalcanti, com valor calculado em R$ 50 milhões, outras peças importantes queimadas foram um quadro de Vicente do Rêgo Monteiro dos anos 1920, um de Joaquín Torres-García, de 1931, e dois de Alberto da Veiga Guignard.

"Do Di Cavalcanti, sobraram só os pés das figuras. O Torres-García torrou inteiro, o Morandi também", disse um amigo de Boghici, que esteve no apartamento na terça.

O colecionador tem ainda obras de Tarsila do Amaral --"O Sono" (1928) e "Sol Poente" (1929)-- que foram salvas, assim como uma escultura de Victor Brecheret e móbiles de Alexander Calder.

As causas do incêndio ainda estão sendo apuradas, mas a suspeita é de que o fogo tenha sido causado por um curto-circuito no ar-condicionado.

 

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