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14/08/2012 - 17h51

"A sociedade europeia não aprendeu a integrar", diz escritora franco-brasileira

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DOUGLAS GAVRAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pauline Alphen nem sabia que havia ali uma história. Enquanto corria em uma manhã chuvosa de Paris, vislumbrou em uma poça d'água na rua a imagem central de "Os Gêmeos": um pai que observa do alto de um farol a filha atravessar o pátio de casa para encontrar o irmão gêmeo.

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A escritora participou nesta terça (14) de um debate na Bienal do Livro de São Paulo, em que expôs os dilemas da adolescência para uma plateia formada majoritariamente por eles.

Alphen nasceu no Rio, filha de um francês e uma alagoana, cresceu e foi alfabetizada na França, voltou ao Brasil aos 13 anos e retornou à França aos 26.

"A sociedade francesa --e europeia em geral-- não aprendeu a integrar quem vem de fora. É uma atitude errada e que em nada contribui ao país. Mas lá ainda é difícil conviver com imigrantes que eles talvez preferissem que não estivessem ali", disse à Folha, ao fim do debate.

A autora destaca o quanto a sociedade brasileira ainda se beneficia por ser heterogênea. "Mas o Brasil começa a receber levas de imigrantes que talvez não desejasse. Será que não iremos nos comportar da mesma forma?", questiona.

As idas e vindas ajudaram a compor o caráter heterogêneo de seus romances infanto-juvenis. "Ter me mudado tanto me fez recuperar uma parte de mim que eu nem me dava conta que existia, descobri novas formas de entender o Brasil e a França, a relação dos meus pais e ampliei minha maneira de entender os lugares, as perdas e a distância", disse.

No Brasil, Alphen já publicou "A Odalisca e o Elefante" (1998), "Do Outro Lado do Atlântico" (2003), "A Porta Estava Aberta" (2007) e "Cabeça de Sol" (2008). Sua obra mistura fantasia e histórias pessoais.

A descoberta da escrita veio ainda na infância, incentivada por um professor na França. "Entendi que escrever era importante aos dez anos, quando um professor propôs à turma que escrevêssemos o quiséssemos e quando nos desse vontade. A cada três histórias entregues, ele nos daria um livro de presente."

"Ainda penso na liberdade que experimentei ao escrever aquelas histórias. Ainda hoje, só me sinto verdadeiramente livre quando escrevo."

 

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