Publicidade
Publicidade
Memória, cultura e política encerram sexto dia da Bienal
Publicidade
DOUGLAS GAVRAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na noite de 13 de outubro de 1977, o Corinthians venceu a Ponte Preta na final do Campeonato Paulista, quebrando um hiato de 23 anos sem títulos.
Veja o especial da Bienal
Confira a programação completa da Bienal do Livro
Parte da memória daquela partida e a realidade sombria do Brasil sob o regime militar estão em "Em Nome do Pai dos Burros", do jornalista Sílvio Lancellotti, que encerrou o sexto dia da Bienal do Livro de São Paulo ao lado do escritor Bernardo Kucinski, ambos indicados ao Prêmio São Paulo de Literatura.
O romance de Lancellotti se passa em uma das épocas de maiores incertezas da ditadura militar brasileira (1964-1985) e percorre as lembranças de jornalista do autor, que é também colunista esportivo da Folha e atua na imprensa desde 1968.
"O jornalismo me ensinou muito, mas não vivo sem literatura. Nem mesmo dirijo para poder aproveitar ler durante os deslocamentos. Quando era mais jovem, li 'Ulisses' [de James Joyce] em uma semana e ali descobri que queria ser escritor. O meu protagonista quer escrever um 'Ulisses Subdesenvolvido', uma epopeia brasileira, mas não consegue", diz.
Em "K", Bernardo Kucinski revisita o desaparecimento da irmã, Ana, uma jovem professora, doutora em química, casada com um jovem físico da Universidade de São Paulo, ambos militantes em organizações de esquerda.
O casal desapareceu sem deixar vestígios, arrastados pelas forças da repressão política do regime, em 1974.
"O ambiente da USP era oco, machista. Uma vez, li um livro israelense que mergulhava na decadência de um kibutz [aldeia cooperativista] e imaginei que muito daquilo pode ser visto nos departamentos de pesquisa de uma universidade brasileira hoje", explicou Kucinski.
Durante o debate,os autores refletiram sobre política, história e sobre a indicação ao Prêmio São Paulo de Literatura.
"Só de estar entre os finalistas, já sinto como se fosse uma realização de 40 anos", disse Lancelotti.
"Depois de 40 anos, as pessoas me chamam de 'escritor', posso acordar de madrugada e ter as minhas manias. Aos 75 anos, nasci de novo", concorda Kucinski.
+ CANAIS
+NOTÍCIAS EM ILUSTRADA
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice