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15/08/2012 - 20h06

Bienal do Livro debate problemas do cinema brasileiro

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DE SÃO PAULO

A eclética programação da Bienal do Livro de São Paulo reuniu na tarde desta quarta (15) três cineastas paulistanos: Beto Brant, Toni Venturi e André Klotzel.

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Os três foram convidados para comentar seus próprios filmes e a produção cinematográfica brasileira atual, mas, com pouco tempo para as explanações, chegaram apenas a esboçar algumas ideias.

Em geral, os debates da Bienal têm uma hora e 20 minutos de duração.

Apenas a abertura feita pelo mediador Fernão Pessoa Ramos, professor da Unicamp, consumiu quase metade do tempo. Antes que ele concluísse sua fala, a organização já avisou que restavam poucos minutos para cada diretor.

Brant, o primeiro deles a falar, comentou a importância da literatura para seus filmes.

A relação é personificada pela parceria com o escritor Marçal Aquino.

Amigos desde 1990, eles trabalharam juntos nos roteiros de "Os Matadores" (1997), "Ação Entre Amigos" (1998), "O Invasor" (2002) e "Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios" (2012).

"A literatura me mostra um caminho, me incendeia", disse. "Tanto que muitos dos meus filmes têm personagens ligados ao universo dos livros."

Toni Venturi ("Cabra-Cega", "Estamos Juntos"), por sua vez, preferiu lançar "algumas provocações".

O diretor de "Cabra-Cega" (2004) e "Estamos Juntos" (2011) comentou que as leis de incentivo criadas desde o início dos anos 1990, assim como o surgimento da Ancine (Agência Nacional do Cinema) em 2001, tornaram o cinema mais profissional. Por outro lado, aumentaram a burocracia.

"Além disso, o cineasta é visto com preconceito, como um perdulário, alguém que não tem competência para gerir o orçamento."

Também reclamou do pequeno espaço ocupado pelos filmes nacionais nos cinemas e na TV.

"O cinema brasileiro está banido da TV aberta. Dos 5 canais abertos, 4 não exibem um único filme nacional no ano. Isso para mim é criminoso", completou.

Já Klotzel começou com uma pequena provocação ao próprio mediador, que disse no começo do debate que o diretor brasileiro pouco vai ao cinema.

"Eu vou muito", disse, aos risos. "Ontem mesmo vi o filme do Beto ["Eu Receberia..."]. Não é um bom filme, é um puta filme. O problema é que os filmes não acontecem. A gente fica preso numa barreira."

Diretor de longas premiados como "A Marvada Carne" (1987) e "Memórias Póstumas" (2001), ele também queixou-se das dificuldades para produzir e lançar filmes.

"Meu último trabalho, "Reflexões de um Liquidificador" (2010), foi uma batalha. Dois anos para captar o orçamento, um ano fazendo e um ano e tanto para conseguir levar ao público. E você só consegue estrear a duras penas."

 

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