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17/08/2012 - 04h33

'Temos fome de ser grandes', diz regente de sinfônica

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JOÃO BATISTA NATALI
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Marin Alsop, 55, regente titular da Osesp, diz ter vivido com seus músicos uma experiência mais estimulante que nas cinco ou seis outras oportunidades em que regera no Royal Albert Hall. Por se tratar da primeira orquestra brasileira no Proms, surgiram as condições para que se estabelecessem relações positivas com o público.

Osesp cativa público do Royal Albert Hall

Ela descreve o exercício da regência como "algo tranquilo", o que se traduz também pela tranquilidade com que a orquestra supera as dificuldades e consegue lapidar sua interpretação. "Sou muito calma. Sinto que eles são muito inteligentes e que dão o melhor de si", diz.

"Gostam de trabalhar comigo, o que tem sido até agora muito bom", afirma, referindo-se ao fato de ter assumido seu posto neste ano.

Quanto ao programa interpretado no festival britânico, ela conta que talvez optasse por peças diferentes --no entanto, diz gostar do programa como ele foi concebido.

"O importante é que foi gratificante interpretar uma obra para piano de Villa-Lobos, que não possui tanto peso no repertório brasileiro e que, paralelamente, é quase desconhecida do público estrangeiro", afirma.

Alsop diz estar se familiarizando aos poucos com o repertório brasileiro de música de concerto e que recebe pressões de músicos da outra orquestra de que é titular, a Sinfônica de Baltimore (EUA), para interpretá-lo. Um de seus fagotistas, por exemplo, insiste para que se programe por lá o "Frevo", de Edu Lobo, que foi a peça apresentada em Londres como bis.

Pouco antes do concerto, Alsop gravou um programa que a rádio BBC-3 transmitiu durante o intervalo. Disse que a orquestra brasileira "tem fome de ser grande", o que combina com a ideologia predominante em São Paulo.

Disse, também, que a paisagem paulistana tem excesso de concreto e, por isso, não é bela, mas instituições constroem nichos de beleza em seus espaços internos.

Em termos de concepção de orquestra, disse discordar de chavões como aquele que considera como modelo as cordas da Orquestra de Filadélfia. "Se ela tocar Mahler e Mozart do mesmo jeito, não terá de forma alguma um bom conjunto de cordas."

 

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