Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/08/2012 - 20h35

Filme com Zac Efron é vaiado no Festival de Veneza

Publicidade

RODRIGO SALEM
ENVIADO ESPECIAL A VENEZA

Não demorou muito para surgir o primeiro filme vaiado no Festival de Veneza. E a "honra" coube ao drama "At Any Price", dirigido pelo americano Ramin Bahrami e protagonizado por Dennis Quaid e Zac Efron.

Passado no cinturão do milho dos Estados Unidos, o longa parece mais uma campanha de marketing do lema "tradição, família e propriedade": Quaid faz um fazendeiro que herdou a responsabilidade de cuidar das fazendas de milho da família e tenta levar os filhos para o mesmo caminho.

O primeiro nem mesmo aparece no filme, já que passa um longo período na Argentina --vira herói da região por tentar escalar o Aconcágua. O segundo, interpretado por Efron, é um "agroboy" mimado com problemas de relacionamento com o pai e que sonha em pilotar carros de corrida da Nascar.

Entre a competição agrícola tempos de crise e o "mimimi" de Efron e Quaid, que vivem por trilhas morais bem distorcidas, "At Any Price" derrapa feio ao transformar o americano do centro-oeste em um herói sempre perdoado por deslizes e tradições mofadas.

A direção de Bahrami não é nenhum pouco sutil. Na única corrida de carros do longa, há uma longa seqüência de faces da plateia com o hino americano ao fundo. A exaltação do caipira é compreensível. O cinema americano em 2012 volta a olhar para o sul e para o interior, como ficou visível no último Festival de Cannes com a exibição de "Killing Me Softly", "Mud" e "Os Infratores", todos seguindo essa tendência.

O problema de "At Any Price" é tratar seus personagens com uma benevolência quase católica. O personagem de Efron só deixa de ser rebelde quando passa por uma situação limite. O pai é basicamente casado com uma santa e a trai sem a menor cerimônia. Mas tudo fica bem, mesmo com mil esqueletos por baixo das plantações de milho. Afinal, o importante é manter a família unida. E a resposta para essa pregação? As primeiras vaias do festival. Merecidas.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página