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21/09/2012 - 05h46

Crítica: Cópia malfeita de Shyamalan deixa a sensação de engodo

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RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA

A partir de "O Sexto Sentido" (1999), o cineasta M. Night Shyamalan cristalizou um modelo de suspense sobrenatural: ao longo da narrativa, ele deixa discretas pistas sobre o mistério central; no final, reagrupa esses elementos em uma espécie de clipe expositivo.

Desde então, muitos cineastas tentaram repetir o modelo, sem o mesmo sucesso. A razão é simples: eles pegaram o que havia de pior em Shyamalan (a artificialidade da fórmula), mas nunca igualaram o que tem de melhor (a originalidade audiovisual).

Esse é o problema que aflige "Poder Paranormal". O diretor Rodrigo Cortés ("Enterrado Vivo") segue à risca o padrão celebrizado por Shyamalan, mas o estilo funcional do espanhol está longe da sofisticação do colega.

O filme se apoia no embate entre crença e razão, e sua premissa tem lá seu interesse -ainda mais em tempos de onda espírita no cinema.

Divulgação
Robert De Niro em cena do filme "Poder Paranormal"
Robert De Niro em cena do filme "Poder Paranormal"

Uma professora de psicologia (Sigourney Weaver) e seu assistente (Cillian Murphy) se especializam em desmascarar pessoas que se passam por paranormais. A tarefa costuma ser simples: os investigados são, em geral, charlatões primários.

Mas aí aparece em cena o médium cego Simon Silver (Robert De Niro), uma lenda da paranormalidade, que havia se aposentado há 30 anos. Ele se revelará um desafio muito maior -e mais perigoso- para o ceticismo da dupla de investigadores.

Há alguma sabedoria na escolha de De Niro para interpretar o médium: a canastrice que o ator desenvolveu nos últimos anos se encaixa bem no papel. Weaver e Murphy também são opções corretas. Mas os méritos de Cortés não vão muito além do casting.

"Poder Paranormal" sofre com uma contradição básica: para tornar mais chamativa a história de pessoas que investigam truques mediúnicos, o filme recorre a uma série de truques narrativos -sobretudo esconder informações essenciais sobre os personagens.

Quando elas finalmente são reveladas, fica a sensação de engodo, como se o diretor fosse também um charlatão -e o espectador, sua vítima.

É algo que se sente também nos filmes menos interessantes de Shyamalan, como "Sinais" (2002) ou "A Dama na Água" (2006). Mas, nesses caos, são a sobremesa de uma refeição cinematográfica farta, e não do arroz com feijão de "Poder Paranormal".

PODER PARANORMAL
DIREÇÃO Rodrigo Cortés
PRODUÇÃO EUA/Espanha, 2012
ONDE nos cines Anália Franco, Kinoplex Itaim e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ruim

 

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