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Prêmio póstumo marca quinta edição do SP de Literatura
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DE SÃO PAULO
Bartolomeu Campos de Queirós (1944-2012) e Suzana Montoro venceram, na noite de segunda (24), o Prêmio São Paulo de Literatura.
Cada uma das duas categorias --que só contemplam romances-- paga R$ 200 mil. O valor, provido pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, é o maior entre os prêmios literários no país.
Bartolomeu Campos de Queirós morreu em janeiro, aos 67 anos, de insuficiência renal. O prêmio será destinado à família do escritor.
O autor mineiro venceu na categoria melhor livro do ano com o romance "Vermelho Amargo" (ed. Cosac Naify; R$ 39; 72 págs.).
A trama de tom autobiográfico retrata a angústia de um garoto após a morte da mãe, sua convivência infeliz com a madrasta e as tentativas de suprir a ausência de afeto.
Além de publicar mais de 40 livros, a maior parte destinada ao público infantil ou juvenil, o escritor também foi um militante da difusão da leitura e da literatura no país. Atuou no projeto ProLer e idealizou o Movimento por um Brasil Literário.
Na cerimônia de premiação, ele foi representado por Isabel Lopes Coelho, diretora do núcleo de literatura infantojuvenil da Cosac.
"A gente fez um trabalho querendo mostrar o Bartolomeu autor, não apenas o Bartolomeu ligado à literatura infantojuvenil. Essa obra conseguiu transcender isso e mostrar como ele é importante para a literatura brasileira", afirmou.
A Cosac Naify deve publicar no ano que vem um inédito de Queirós, "Elefante".
Leticia Moreira/Folhapress | ||
Suzana Montoro, ganhadora do prêmio de melhor romance de estreia por "Os Hungareses" |
SAGA HÚNGARA
O prêmio de melhor romance de autor estreante foi para a escritora e psicoterapeuta Suzana Montoro, 55.
No romance "Os Hungareses" (ed. Ofício das Palavras; R$ 30; 192 págs.), ela narra a saga de imigrantes húngaros que se estabeleceram no Brasil depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
O tema foi apresentado a Montoro por sua sócia no consultório de psicologia, filha de húngaros. A experiência da protagonista do livro reflete a da mãe da amiga.
Por mais de 15 anos, a escritora recolheu depoimentos de uma comunidade húngara do interior de São Paulo. As histórias reais foram costuradas pela ficção.
"Eles sofreram muito, chegaram aqui sem nada. Apesar disso, tinham uma alegria, muita sabedoria. Aprendi muito com eles", disse.
Antes de lançar seu primeiro romance, Montoro já havia publicado um livro de contos adultos, dois infantis e um juvenil. Por este último, "Nem Eu nem Outro" (ed. SM), ela é finalista do Prêmio Jabuti.
"O romance é um gênero que exige mais fôlego e disciplina. E agora, com o Prêmio São Paulo, mudou tudo na minha carreira. Posso dizer que conquistei minha voz de escritor", afirmou.
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