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12/10/2012 - 05h33

Crítica: Longa reinterpreta com frescor fórmulas de comédias românticas

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CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Os adeptos dos filmes fofos não precisam mais esperar. Seis anos depois de "Pequena Miss Sunshine", Jonathan Dayton e Valerie Faris, diretores responsáveis pela maior fofura da década passada, encontraram um material promissor que deu origem a "Ruby Sparks - A Namorada Perfeita".

Diretores de sucesso indie lançam nova comédia

Zoe Kazan (neta do diretor Elia Kazan), autora do roteiro e protagonista na companhia do namorado, Paul Dano, alcança algo que Hollywood fazia toda semana e aos poucos perdeu a fórmula.

Em seu primeiro roteiro, Kazan reinterpreta com frescor as mais fáceis soluções da comédia romântica à moda antiga temperando-as com os desajustes existenciais padronizados do cinema indie.

Para dar certo, só faltava a habilidade de Dayton e Faris, que dominam a química capaz de transformar as situações mais banais em graça.

A trama gira em torno de Calvin, jovem escritor em crise criativa, antissocial e solitário. Depois que ele começa um novo livro, descobre que as fronteiras entre realidade e ficção foram abolidas com a entrada em cena de Ruby, uma garota na medida dos seus sonhos.

O uso mais ou menos pretensioso da duplicidade real/imaginário não tem nada de novo, e os efeitos da confusão entre o escrito e o vivido já deram origem a filmes que ainda estão na nossa memória, como "Adaptação" e "Mais Estranho que a Ficção".

Só que, em vez de simular a profundidade dessas tramas que ostentam "elaboração", "Ruby Sparks" faz escolhas mais prosaicas.

Como a mais ingênua das comédias românticas, o filme parte de um problema --a solidão-- e oferece uma solução --o par perfeito.

Contudo, daí em diante é que a situação se complica. Como lidar com os limites da realidade quando basta querer para que todos os desejos sejam realizados? Como segurar a imaginação e impedir que a vida não seja completamente tomada pelo delírio?

Numa visita à mãe e ao padrasto satisfeitos em seu sonho californiano, a utopia de Calvin e Ruby começa a se desfazer. Logo o casal tem de lidar com crises, desconfianças e incompreensões que toda vida a dois, real e não imaginada, oferece.

Ali, o filme escapa da fantasia ingênua e volta para o mundo sem graça, conquistando no caminho o encanto da imperfeição.

RUBY SPARKS - A NAMORADA PERFEITA
DIREÇÃO Jonathan Dayton e Valerie Faris
PRODUÇÃO EUA, 2012
ONDE Eldorado Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom

 

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