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Em espetáculo, público ganha o papel de coral
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GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Zé Celso Martinez revolucionou o teatro brasileiro ao solicitar não apenas a participação mental de seu espectador mas também sua contribuição corporal.
Zé Celso monta metáfora da crise capitalista
Seus espetáculos, concebidos como festas ritualísticas, fazem o espectador participar da cena de modo efetivo. Em "Acordes", a plateia recebe ainda mais um atributo.
É dela o papel de coro da multidão: participa inclusive com falas, acompanhando o texto que aparece no telão em determinados momentos da montagem.
Em cena, o diretor do Teatro Oficina se comporta como uma espécie de regente.
"Faço esse espetáculo de maneira triangular, ao me dirigir ao ator e ao espectador", define Martinez. Ele atua como Corifeu da multidão, ou seja, o chefe do coro.
As instruções apresentadas no início do espetáculo evidenciam o papel ativo da plateia na viagem proposta em "Acordes".
"Nosso tempo de voo é de duas horas. Não se esqueçam de soltar o cinto de segurança", diz uma das atrizes ao entrar em cena.
"Brecht mostrou a maquinaria do teatro, e nós escancaramos isso. Brecht começou a falar com o público. Nós também radicalizamos isso", compara Martinez.
O autor e diretor alemão criou o teatro épico e, valendo-se da teoria do distanciamento, instituiu uma nova maneira de conduzir a plateia à reflexão.
Para Martinez, suas obras fazem com que os espectadores enxerguem a realidade mediada por um olhar extremamente crítico.
"Mais do que distanciamento, o que Brecht propõe é que a gente olhe as coisas com estranhamento, como se elas não fossem naturais", explica ele.
O fazer teatral antropofágico do diretor devora Brecht, mas não só. Zé Celso se vale também das obras de Artaud, Oswald de Andrade, Lygia Clark, Helio Oiticica, entre outros artistas que o inspiram no Oficina.
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