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09/11/2012 - 06h20

Opinião: Estética abafa fato de que não há nada sólido atrás de máscara

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VIVIAN WHITEMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Até os "monstrinhos" gagaístas têm dificuldade em definir a estética de sua deusa-monstra-mãe. Talvez porque o vício da mudança seja o segredo do fenômeno Lady Gaga.

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Gaga exerce uma influência difusa. Não é uma prima donna como Madonna, reinando imbatível à frente de suas óperas pop com conceitos e figurinos muito bem ordenados.

Enquanto Madonna muda de roupa e de cenário, mas sempre mantém o "avatar" Madonna, Gaga se apresenta como um ser neutro, que pode ser remodelado eternamente.

Madonna é pop-totalitária. Ela encarna a figura centralizadora de poder, que dá as regras segundo o contexto.

Gaga é liberal pós-moderninha. Seu visual investe tanto na diversidade de temas e estilos que acaba diluído num festival de fogos de artifício.

Ela também centraliza o poder, mas o faz truncadamente, como se seus shows fossem comandados por cantoras diferentes, e não por uma mesma Gaga trocando de looks.

Lady G. opera com a relação entre exagero e falta. Ela pode usar uma roupa de carne ou se vestir de papa. Também pode andar quase nua ou, máscara das máscaras, posar para uma revista sem maquiagem, "ao natural".

Alexander McQueen usou a cantora como símbolo de coleção habitada por "monstrinhas" mutantes. Faz sentido.

A estética gagaísta é interessante e agressiva porque revela a monstruosidade por trás do estímulo perverso de mudar de cara sem parar. Esse vício, que se apresenta falsamente como ousadia, não serve para esconder uma face "original", mas para abafar o fato de que não existe nada de sólido por trás das máscaras.

 

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