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Mostra em Londres analisa elos entre a pintura e a performance
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RODRIGO RUSSO
DE LONDRES
Depois de receber uma grande mostra sobre o expressionista Edward Munch, a Tate Modern investiga em sua nova exposição as relações entre a pintura e a performance a partir da segunda metade do século 20.
"A Bigger Splash - Pintura após a Performance" tem como principais nomes o norte-americano Jackson Pollock e o britânico David Hockney. Não por acaso, as duas telas desses artistas estão na primeira sala do espaço destinado à mostra.
De Pollock, há "Summertime Number 9A", disposta no chão, do mesmo modo que ficava no estúdio enquanto o artista a produzia. A Tate destaca a avaliação do crítico Harold Rosenberg, para quem a geração do americano redefiniu a tela como "uma arena na qual atuar... o que ia para a tela não era uma imagem, mas um evento".
Do outro lado da sala está a obra de Hockney que dá nome à exibição, um quadro figurativo de 1967 que mostra o espalhar da água em uma piscina após um mergulho.
Aparentemente simples, a pintura dos movimentos da água levou mais de duas semanas para ser feita.
A galeria quer contrapor a abstração de Pollock, considerada uma expressão de sua vida interior, ao trabalho meticuloso de Hockney, cheio de artifícios e ilusões.
Kerim Okten/Efe | ||
Visitante observa as obras "Town/Gown Conflict" (esq.) e "May of Teck" |
Nas salas seguintes, a exposição aborda diversos movimentos artísticos que se dedicavam mais ao processo de pintar e à sua documentação do que ao resultado final que obtinham nas telas.
Um dos movimentos selecionados é o da Associação de Arte Gutai, no Japão. O resultado final das pinturas era só parte da performance dos artistas, que trabalhavam em palcos ou para câmeras.
Kazuo Shinaga, por exemplo, criou um mecanismo para pintar pendurado em uma corda, usando apenas os pés para espalhar a tinta.
O brasileiro Hélio Oiticica e seus parangolés são objeto de um documentário no quarto espaço da exibição, intitulado "Pintura de Quatro Dimensões". O curta "H.O" é dirigido por Ivan Cardoso, e sua trilha sonora inclui temas carnavalescos e sambas que ecoam pelas outras alas.
Justamente pelo tema que pretende investigar, "A Bigger Splash" conta com muitas fotografias e filmes das performances artísticas, sem perder de vista as telas que surgiram delas.
Nomes contemporâneos, como Marc Camille Chaimowicz, Ei Arakawa e Lucy McKenzie, ganham espaços individuais na segunda metade da exposição, que permanece em cartaz na tradicional galeria britânica até abril de 2013.
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