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07/12/2012 - 05h14

Crítica: Tenso e delicado, "Sudoeste" é um filme cult a ser descoberto

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THALES DE MENEZES
EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Se o espectador entrar no jogo lúdico e lento que o cineasta Eduardo Nunes propõe em seu primeiro longa, "Sudoeste", poderá encontrar uma experiência cinematográfica de muita beleza.

Ter recebido, entre outros, o Prêmio Andrei Tarkóvski --em festival na Rússia-- acaba fazendo muito sentido. "Sudoeste" é construído com longas e plásticas sequências nas quais pouco acontece. Ou seja, puro Tarkóvski.

Os silêncios são valorizados, a ponto de a primeira palavra ser dita com mais de dez minutos de projeção.

Nessa parte inicial, há momentos em que o clima é de filme de terror, marcado pela bela fotografia em preto e branco de Mauro Pinheiro Jr. e a soturna trilha sonora.

O enredo começa com uma moça grávida morrendo numa cidade pequena e letárgica, indefinida no litoral brasileiro. O bebê, uma menina, é levado por uma mulher temida no local, considerada por muitos uma bruxa.

Divulgação
Dira Paes em cena de "Sudoeste", longa de Eduardo Nunes filmado em preto e branco
Dira Paes em cena de "Sudoeste", longa de Eduardo Nunes filmado em preto e branco

Nas primeiras horas da manhã, a criança, chamada Clarice, já aparenta ter uns oito anos. Fica claro que ela deverá se tornar adulta ainda durante o dia, estabelecendo uma cumplicidade entre filme e plateia, em nome de uma fantasia delirante.

O filme agrupa atrizes em grandes desempenhos. Desde a intérprete infantil de Clarice, a expressiva Raquel Bonfante, até sua versão adulta, uma enigmática personagem para Simone Spoladore.

Dira Paes e Mariana Lima tem papéis curtos, mas intensos, como mulheres do lugar que cruzam com Clarice.

Os muitos prêmios recebidos, entre eles três no Festival do Rio no ano passado, credenciariam "Sudoeste" a um público maior. Mas a aridez da narrativa em mais de duas horas limitam sua estreia em São Paulo a uma sala no circuito de arte.

Nascido "cult", merece ser descoberto. Poderia ser mais curto, palatável, mas, entre tensão e delicadeza, cativa.

SUDOESTE
DIREÇÃO Eduardo Nunes
PRODUÇÃO Brasil, 2011
ONDE Espaço Itaú de Cinema 2
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom

 

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