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Fundação Bienal organiza mostra somente de artistas nacionais
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DO CRÍTICO DA FOLHA
Em 2013, a Fundação Bienal de São Paulo vai rever os 62 anos da Bienal, evento realizado desde 1951.
A exposição "Tradição Contemporânea Brasileira", que tem a curadoria de Paulo Venâncio Filho, vai apresentar um panorama das participações de artistas brasileiros nas 30 edições já realizadas da Bienal, incluindo a que se encerra no próximo domingo.
"No total, mais de 5.000 artistas brasileiros participaram da Bienal. É um número impressionante. Vou fazer uma seleção dentre essas presenças", disse Venâncio Filho à Folha, por telefone, do Rio de Janeiro.
Nas primeiras edições, cerca de 200 brasileiros chegavam a tomar parte de cada Bienal. O recorde ocorreu em 1967, na 9ª edição, em que 451 artistas do país estiveram entre os 1090 selecionados.
O título da mostra de 2013, ainda provisório, foi escolhido a partir do próprio recorte que a história das Bienais sugere: "Eu não vou abordar os movimentos modernistas, como a Semana de 22, mas tudo que aconteceu a partir de 1951, com as rupturas que desembocaram na arte contemporânea", afirma o curador.
Ele conta que vai "priorizar obras expostas durante as Bienais", mas, se não for possível ter acesso a tais trabalhos, irá "escolher outras dos mesmos artistas".
Venâncio Filho foi, recentemente, o responsável pela mostra "Oswaldo Goeldi: Sombria Luz", realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Antes disso, em 2005, ele havia chegado a participar do concurso para ser curador da 27ª Bienal, mas a escolhida foi Lisette Lagnado.
"Tradição Contemporânea Brasileira" está sendo preparada para setembro de 2013, e visa a cumprir o mesmo objetivo buscado pela Fundação Bienal quando realizou, em 2011, "Em Nome dos Artistas". Com a mostra, a instituição ocupou o pavilhão do parque Ibirapuera em um ano em que seu principal evento, a própria Bienal, não ocorre.
Tal orientação tem sido defendida pelo presidente da instituição, Heitor Martins, que deixa o cargo até o início do próximo ano, pois já cumpriu dois mandatos, o limite permitido pelo estatuto.
De certa forma, a nova mostra parece querer compensar as críticas feitas à exposição "Em Nome dos Artistas", realizada a partir da coleção norueguesa Astrup Fearnley.
A mostra de 2011, que teve nomes estelares como Jeff Koons e Damien Hirst, ocorreu quando a Fundação Bienal comemorava seus 60 anos e apresentou artistas e uma coleção que não guardavam qualquer relação com sua história. (FABIO CYPRIANO)
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