Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/12/2012 - 03h35

Striptease masculino ganha versão burlesca

Publicidade

BRIAN SLOAN
DO "NEW YORK TIMES"

No terceiro andar de uma antiga fábrica no Brooklyn, seis homens usando apenas suporte atlético se acotovelaram em volta de um espelho num estúdio de dança, enquanto Chris Harder, 26, mostrava como cobrir um mamilo com glitter. "A plateia enlouquece com mamilos com glitter", disse aos rapazes.

A aula de maquiagem fazia parte de um workshop que duraria o dia inteiro, o "Boylesk 101: Bared Essentials", para ensinar a arte do striptease a homens. Cobrindo tópicos como a sedução com uma toalha e como tirar calças de lycra, a aula é uma introdução prática ao mundo do "boylesque" --a versão masculina dos shows burlescos.

Essa variação do movimento neoburlesco parece estar vivendo seu momento na noite nova-iorquina. Incentivado por artistas do "mainstream" como Dita Von Teese e, em grau menor, filmes como "Magic Mike", em que a ação acontece num clube de striptease masculino, hoje existe um elenco respeitado de profissionais do "boylesque", como Chris Harder (cujo nome artístico é Go-Go Harder), que se apresentam regularmente em casas de Nova York, como o B.B. King Blues Club and Grill, o Nuyorican Poets Cafe e o Le Poisson Rouge.

Houve até um New York Boylesque Festival, cuja primeira edição aconteceu em abril. O evento teve a participação de 30 dançarinos de todo o país com nomes artísticos como Hot Toddy e Mr. Gorgeous.

As origens do "boylesque" remontam ao início dos anos 1980, quando o artista performático John Sex fazia striptease e cantava canções eletropunk em clubes noturnos. Mas o cenário neoburlesco só ganhou força em meados da década seguinte, quando pessoas como James Ferguson (nome artístico: Tigger!) começaram a imprimir um viés masculino ao gênero.

"Quando me perguntavam o que era o 'boylesque', eu dizia: 'Eu faço burlesco e tenho pênis'", explicou Ferguson, 47, visto como o rei do movimento moderno do "boylesque".

Com figurinos elaborados, passos de dança altamente coreografados e, em alguns casos, mininarrativas com viés político, o "boylesque" é "um gênero de arte cênica que combina a dança, o teatro e aspectos do drag", disse Harder.

"O 'boylesque' saúda corpos de vários tipos, tamanhos e formas diferentes", prosseguiu. "Essa ideia de ver homens viris e não tradicionais sobre o palco é muito nova. Acho que o 'boylesque' está mudando as percepções para melhor."

O que as artistas do burlesco, que incentivaram seus "irmãos" menores e menos comportados, pensam sobre a ascensão do "boylesque"? Em vez de se sentirem ameaçadas, elas saúdam o movimento.

"A primeira vez em que vi um show de 'boylesque', eu quis mais", contou World Famous * BOB *, uma artista destacada do burlesco. "Agora tenho a chance de reviver o clima instigante de ver uma nova onda criativa chegando. É animador ver isso, especialmente quando vem envolto no corpo masculino."

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página